Com um bom terceiro lugar, Valmir Benavides, o Hisgué, segue na liderança da Fórmula Truck
Texto: Imprensa Fórmula Truck
Fotos: Orlei Silva
Era mesmo o dia de Roberval Andrade (Scania). O piloto paulista alcançou neste domingo (19) sua terceira vitória no autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), tornando-se o maior vencedor do circuito, empatado com o paranaense Wellington Cirino (Mercedes-Benz). Deu absolutamente tudo certo para o piloto na quinta etapa da Fórmula Truck. “No início, o que me favoreceu foram os problemas dos dois pilotos que largariam atrás de mim. Foi o que me permitiu mudar a estrategia e adotar um ritmo conservador na primeira parte da prova”, disse Roberval Andrade.
Ele se refere aos problemas enfrentados por Felipe Giaffone (Volkswagen) e Wellington Cirino. Respectivamente segundo e terceiro colocados no grid, os dois tiveram problemas nos caminhões antes da corrida e largaram dos boxes. No caso de Felipe Giaffone, que tinha dificuldades com a bomba de óleo, o prejuízo foi maior, porque ele não pontuou. Wellington Cirino fez da adversidade uma chance de brilhar na principal corrida da temporada. Saiu de último para o segundo lugar. Tinha um ritmo tão forte e constante que chegou a preocupar Roberval Andrade.
“Na segunda fase da prova, eu fiquei prestando atenção no (Wellington) Cirino, perguntando pelo rádio como ele estava. Quando soube que o ritmo era forte, comecei a andar no mesmo tempo dele”, revelou. Com isso, o paranaense não conseguiu tirar a vantagem construída pelo paulista até ali, embora o líder tenha levado um susto no final. “Achei que eu não fosse terminar”, disse o vencedor, contando que teve problemas na última volta. Mas, naquela altura, Wellington Cirino já parecia confortável com o segundo lugar: ele também tinha problemas e estava preservando o resultado.
“Faltando dez minutos para o fim da corrida, comecei a ter dificuldades com a temperatura do óleo diesel e não quis desperdiçar o que estávamos conseguindo”, contou o tetracampeão da categoria. “Tanto eu quanto o Roberval (Andrade) tínhamos um excelente caminhão desde os treinos livres, mas infelizmente tudo o que eu não consegui testar deu problema aqui”, lamentou Wellington Cirino, que em função das dificuldades optou por andar sem o catalisador, o que lhe tomou 200 cv de potência. Ainda assim, fez ótima prova de recuperação.
Entre os caminhões com motores 12 litros, que eram favoritos pelas características da pista, havia um “intruso” de 9 litros, pilotado por Valmir Benavides (Volkswagen). “Fui atrevido hoje, não é? Nós sabíamos que os caminhões 12 litros levariam vantagem, não querendo desmerecer o trabalho do Roberval (Andrade) e do (Wellington) Cirino, mas até em função disso eu fiz uma corrida para chegar, soube ganhar e perder posições, sempre pensando em sair daqui líder”, revelou Hisgué, como é chamado. Deu certo. Ele segue em primeiro com 108 pontos. Felipe Giaffone está em segundo, com 78.
A quarta posição esteve bem perto de ficar com Danilo Dirani (Volvo), mas o motor simplesmente apagou na última volta. Foi o que abriu caminho para o merecido resultado de Beto Monteiro (Iveco). O piloto pernambucano conseguiu, assim, a melhor posição de chegada da marca na categoria. Vignaldo Fizio (Mercedes-Benz) fez valer seu bom retrospecto no traçado paulista e garantiu a quinta colocação. Geraldo Piquet (Mercedez-Benz), que parecia ser o principal concorrente de Roberval Andrade no início, acabou em sexto. Débora Rodrigues (Volkswagen) terminou em sétimo.
O dia de corridas foi bastante movimentado em Interlagos, com a categoria argentina Top Race abrindo a programação, em prova vencida por Juan Manuel Silva. O brasileiro Cacá Bueno, único na disputa, cruzou a linha de chegada em sétimo. Campeão mundial de Fórmula 1, o canadense Jacques Villeneuve se enroscou no meio do pelotão e, depois de um toque, precisou abandonar. A próxima etapa da Fórmula Truck será disputada no dia 16 de agosto, em Londrina (PR). Depois, a categoria brasileira e a Top Race voltarão a se encontrar numa etapa conjunta na Argentina.