Connect with us

Outros

Vendas no setor automobilístico fecharão 2009 com aumento de 15,1% sobre 2008

Published

on

Encontro Setorial sobre área automobilística na ACSP aborda tendências pós-crise e a ascensão da baixa renda no setor
Texto: Imprensa Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) organizou, na quinta-feira (03/12), em sua sede, mais um Encontro Setorial. Na ocasião, foram discutidas e apresentadas as novas previsões para o cenário automobilístico nacional e internacional, além do perfil do novo consumidor do setor.

O presidente da ACSP, Alencar Burti, abriu o evento já ressaltando um dos aspectos mais relevantes desse novo consumidor. “Há alguns anos, automóvel era um item a ser pago à vista. Hoje, o cenário se inverteu: é um bem adquirido principalmente a prazo, por isso é imprescindível nos alinharmos às políticas de crédito do setor”, explicou.

Em seguida, o economista do Instituto de Economia ACSP, Ulisses Gamboa, apresentou os números internacionais macroeconômicos que influenciaram o setor: “De 2003 a 2007, vivemos um dos maiores períodos de crescimento econômico após a II Guerra Mundial. No Brasil, tivemos uma forte entrada de capital externo na Bolsa de Valores, além de estarmos na onda de exportação de matérias-primas”.

Advertisement

Gamboa explicou que, embora a crise tenha afetado o Brasil por meio da fuga de capitais externos da Bolsa, a queda das exportações converteu-se em fator favorável. “Contamos com uma porcentagem de exportações da ordem de 12%, ou seja, altamente incipiente. Contudo, com o aumento de preço dos produtos exportados, provocado pela queda da demanda externa, eles passaram a fomentar a economia interna, blindando-nos dos fatores mais delicados da crise”, apontou.

O economista também enumerou uma série de motivos que ajudou a evitar o colapso da área automotiva no Brasil. Dentre eles, a diminuição de taxa do compulsório, bem como a Selic, além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Contudo, vale ressaltar que a redução do IPI antecipou o consumo de automóveis entre as classes emergentes. Portanto, ele não deverá continuar incrementando as vendas”, ressaltou. Entretanto, Gamboa destacou os pontos positivos do panorama do setor que irão prevalecer: “teremos um aumento das vendas, da produção, dos prazos de financiamento e, ao mesmo tempo, diminuição dos juros e do valor das prestações. Fecharemos 2009 com um aumento de 15,1% das vendas sobre 2008. A previsão para 2010 é aumentar ainda 15% sobre essa porcentagem de 2009”, considerou.

As classes emergentes (C, D e E) e seu potencial de consumo no setor foram explanados por Sônia Bittar, diretora de pesquisas do Instituto Data Popular. “Automóveis e imóveis possuem uma tendência enorme de crescimento nas classes emergentes, uma vez que se trata de demandas reprimidas”; afirmou Sônia acrescentando que “a classe C lidera a pretensão de compras de veículos. Considerando que as classes C, D e E contemplam mais jovens que as classes A e B, isso contribui diretamente para o seu poder de compra”.

Sônia destacou ainda que o automóvel deixou de ser um sonho distante do consumidor emergente e tornou-se até sinônimo de investimento. “Enquanto as classes A e B preocupam-se com ações, imóveis ou produtos, o consumidor da classe C vê o financiamento de carro como sua grande aplicação financeira”, destaca a especialista, evidenciando que, mesmo sendo financiado e com juros altos, esse perfil de consumidor faz questão de adquirir automóveis, movida pela premissa “antes ter um carro financiado do que ficar a pé”.

Advertisement

Em seguida, o gerente da Unidade de Negócios de Pessoa Jurídica, Marcos Tibiriçá, alertou sobre a importância da prevenção de golpes e fraudes no setor automobilístico: “é um dos segmentos mais visados por golpistas”, alertou.

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE), Sérgio Reze, apontou que o setor de motocicletas é o que mais sofre atualmente, pelo fato do seu público-alvo, que é o consumidor de baixa renda, ter problemas para obtenção de crédito. “Além disso, atualmente temos no mercado brasileiro mais de 100 marcas de motos importadas da China e Índia, que as produzem com custos ínfimos”, destacou.

Reze ressaltou que, embora o setor automobilístico tenha sofrido seus abalos no Brasil, na Espanha houve uma queda de 40% da venda. “E, para agravar esse cenário, não há qualquer previsão de recuperação”, explicou.
Reze finalizou ressaltando que, embora o setor automobilístico seja fomentado pelas práticas de crédito – especialmente entre as classes C, D e E – é considerado atualmente o segmento com a menor inadimplência do mercado: 4,8% acima de 90 dias.

Advertisement