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Como a descarbonização de motores reduz consumo e evita falhas

A adoção do B15, nova proporção de biodiesel no diesel comercializado no Brasil desde 1º de agosto, tem provocado ajustes operacionais em empresas de transporte. A Granero, transportadora com atuação nacional, implementou uma tecnologia de descarbonização de motores para mitigar os impactos da mistura nos caminhões da frota. O procedimento, desenvolvido pela Carbo Vapt, realiza a limpeza da câmara de combustão sem desmontar o motor e já apresenta resultados em consumo e manutenção.
Transportadora aplica solução da Carbo Vapt e estima economia de 5% no consumo de diesel
“Começamos aplicando a descarbonização do motor em parte da frota e a economia foi imediata. Mesmo sem concluir em todos os veículos, já conseguimos observar uma redução significativa no consumo de combustível, o que equivale a cerca de 30 mil litros de diesel por ano, mas que pode ser ainda maior, já que nem todos os caminhões da nossa frota foram submetidos ao procedimento”, afirma Eduardo Muminhake, gestor de frota da Granero.
A empresa consome cerca de 600 mil litros de diesel por ano. A redução de 5% no consumo representa um impacto direto nos custos operacionais. Além disso, a tecnologia evita falhas mecânicas causadas pela oxidação do biodiesel, que contém até 12% de oxigênio em sua composição. Segundo Thelis Botelho, CEO da Carbo Vapt, esse fator químico acelera a formação de resíduos na câmara de combustão e nos bicos injetores, prejudicando a pulverização do combustível e exigindo manutenção frequente.
“O biodiesel é produzido a partir de gorduras vegetais ou animais, fazendo com que se torne alimento para bactérias, podendo favorecer a proliferação de microrganismos no tanque, o que pode causar entupimentos e comprometer o desempenho do motor”, explica Botelho.
Além da descarbonização, a Carbo Vapt oferece o CarboZé, aditivo estabilizador formulado para o diesel brasileiro. O produto encapsula a água presente no combustível, reduz a proliferação de fungos e prolonga sua vida útil, inclusive em condições climáticas extremas.
Como a descarbonização de motores reduz consumo e evita falhas
A iniciativa da Granero também gerou efeitos positivos em auditorias ESG realizadas por clientes como o Itaú. A tecnologia foi considerada um diferencial estratégico. Segundo projeção da Carbo Vapt, se os cerca de 2 milhões de caminhoneiros autônomos do país adotassem a solução, a economia mensal de emissões seria de 828 mil toneladas de CO₂, o que equivale à preservação de mais de 5 milhões de árvores por mês — ou 60 milhões ao ano.
O avanço da mistura obrigatória do biodiesel foi definido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Especialistas alertam que, sem investimentos em tecnologias complementares, como manutenção preventiva e uso de estabilizadores, o impacto pode ser inverso: aumento de falhas, paralisações, elevação de custos e mais emissões.
“É fundamental garantir que o avanço do biodiesel traga ganhos ambientais sem comprometer a eficiência operacional da frota brasileira. Afinal, mais de 80% de tudo o que é transportado no país depende do modal rodoviário”, conclui Botelho.