Fiscalização de itens de segurança pode reduzir acidentes de trânsito

Texto: Verso Comunicação

A Inspeção Técnica Veicular já existe em quase 50 países de todos os continentes com resultados que demonstram a eficácia da medida na redução de acidentes de trânsito.

A exemplo de outros países, a implantação da Inspeção Técnica Veicular que prevê a fiscalização de itens de segurança dos veículos pode reduzir o número de acidentes de trânsito no Brasil que registra 35 mil mortes ano.

No Japão, ocorrem 1,77 mortes para cada 10.000 acidentes, na Europa 2,7 mortes / 10.000 acidentes e Costa Rica 2,8 mortes / 10.000 acidentes, no Brasil, o número é muito inferior são 12,4 mortes / 10.000 acidentes, perto de cinco vezes mais do que o caso da Costa Rica, ainda em evolução positiva, mas que é o pior dentre os países que mais avançaram nesse quesito.

No Brasil, a norma 14.624 da ABNT, prevê que sejam inspecionados 10 sistemas dos veículos e mais de 300 itens desses sistemas com o objetivo de assegurar que, principalmente, componentes ligados diretamente à segurança do veículo (direção, freios, suspensão, pneus e rodas) funcionem adequadamente.

Desde 1997, existe a resolução nº 84 do Contran (artigo 104 do Código de Trânsito Brasileiro, conforme lei 9.503 de 23/09/97), que prevê a implantação da Inspeção Técnica Veicular no País e que ainda não foi implementada.

O GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, que reúne as entidades que representam o setor da reposição automotiva (Sindipeças, Andap, Sincopeças-SP e Sindirepa-SP) e lançou, em 2008, o programa Carro 100% / Caminhão 100%, apresentou estudos que mostram os benefícios da inspeção de segurança que pode reduzir em até 34% o número de acidentes, salvando 12 mil vidas ao ano (média de 33 pessoas ao dia), além da economia em gastos com a saúde pública que permitiria aumentar a aplicação de recursos em melhorias de infraestrutura, como aumento de leitos hospitalares e políticas de prevenção de doenças.

Do total de 29 milhões de veículos que circulam pelo Brasil, segundo Levantamento da Frota Circulante do Sindipeças, 20 milhões (66%) possuem mais de quatro anos de idade. Considerada uma frota relativamente nova com idade média de oito anos e 10 meses, o problema incide exatamente na questão das condições dos veículos, pois pesquisa da GIPA, órgão internacional especializado pós-venda, revela que o índice de manutenção preventiva cai de acordo com o aumento da idade do carro.

Os dados revelam que em cada 10 carros até dois anos 7 fazem manutenção preventiva, já em veículos com idade entre 10 e 15 anos apenas 4 em cada 10 são cuidados de forma preventiva.

Essa constatação é preocupante, pois com o uso e o aumento da idade, há um desgaste natural das peças que precisam ser repostas por outras de qualidade, conforme recomenda o manual do fabricante para garantir as boas condições do veículo.