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Especialista fala sobre gestão de projetos de infraestrutura

Em 2025, a construção civil brasileira enfrenta desafios com juros altos, mas mantém previsão de crescimento, impulsionada por programas habitacionais. Humberto Santos, engenheiro civil e especialista em gestão de projetos da construção civil, destaca a importância da tecnologia, digitalização e sustentabilidade para gerenciar projetos complexos, reduzir custos e garantir eficiência, priorizando sempre a experiência do usuário final.

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Especialista fala sobre gestão de projetos de infraestrutura

A construção civil brasileira enfrenta um cenário adverso em 2025, impactada diretamente pela manutenção de uma das taxas de juros mais elevadas dos últimos anos. Esse fator pressiona os custos de financiamento, encarece a aquisição de materiais e aumenta as dificuldades de viabilização de novos projetos, gerando incertezas para empresas do setor. Ainda assim, segundo levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a previsão de crescimento para o ano foi mantida em 2,3%, impulsionada pelo programa Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, que movimenta obras de habitação popular em regiões do país.

Adicionalmente, enquanto o Brasil se ajusta a essas particularidades econômicas, o mercado global de construção civil segue aquecido em 2025, com destaque para países como Brasil, Estados Unidos, China e Índia, que concentram a maior parte dos investimentos de infraestrutura em obras públicas e privadas. Esse movimento é sustentado pelo avanço de políticas de incentivo, demanda crescente por modernização urbana e aumento da participação do setor privado em concessões e parcerias público-privadas, o que contribui para elevar o volume de obras em andamento e a geração de empregos no setor.

Com essa dinâmica, o engenheiro civil Humberto Santos ressalta que o papel do gerente de projetos na articulação eficiente dos recursos exige alinhamento entre prazos, custos e escopo, especialmente quando os juros elevam o custo financeiro da obra. “Um modelo integrado de monitoramento digital — com MS Project, AutoCAD e Power BI — permite visibilidade em tempo real, possibilitando ajustes preventivos e mitigando riscos de atraso ou sobrecusto. Minha experiência com projetos avaliados em mais de CA$ 240 milhões demonstra que é possível obter economias significativas por meio de um rigoroso planejamento e uma gestão integrada de stakeholders”, explica o especialista em gestão de projetos de engenharia civil.

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Nesse contexto de desafios e a necessidade de otimização, a evolução tecnológica é uma aliada nessa cadeia. Segundo a TOTVS, a digitalização promove colaboração multidisciplinar e controle de processos em todos os setores da obra. Humberto reforça que a adoção de BIM e plataformas integradas permite que arquitetos, engenheiros, empreiteiros e órgãos governamentais trabalhem com dados unificados, reduzindo conflitos e retrabalhos: “A interoperabilidade entre equipes e sistemas é essencial para garantir eficiência e otimização dos ativos públicos. A combinação de ferramentas tecnológicas na gestão de obras e construções pode antecipar gargalos operacionais e mitigar riscos técnicos que possam gerar impacto no cronograma da obra”, explica.

A tecnologia de monitoramento — que inclui internet das coisas (IoT), drones e Inteligência Artificial (IA) — está transformando o acompanhamento de obras. Segundo Humberto, que já supervisionou projetos de transporte público de alto impacto como a requalificação de 85 áreas de embarque e desembarque de passageiros da rede de transporte público e a modernização de serviços de ônibus em Quebec, no Canadá, a utilização de drones com sensores e câmeras de alta resolução, associados a análises preditivas, permite identificar falhas precocemente, assegurar conformidade e estender a vida útil das infraestruturas públicas: “Em projetos de alto impacto, essa prática reduz desperdícios e garante resiliência aos ativos. A transformação tecnológica aponta diretamente para o futuro da gestão de projetos, onde a inovação será ainda mais central”, conclui.

O futuro da gestão de projetos será marcado pela consolidação do uso de IA, automação de processos, sistemas de Business Intelligence e ESG (Environmental, Social, and Governance). Humberto, que é reconhecido internacionalmente por seu trabalho no Canadá, na entidade Société Québécoise des Infrastructures (SQI) e na empresa Réseau de transport de la Capitale (RTC) e, também no Brasil, por seu trabalho na empresa Moreno Engenharia, conta que, como gerente de projetos, utilizou métodos e ferramentas para entregar soluções de infraestrutura que equilibrassem impacto social e sustentabilidade. “Enquanto coordenei projetos de escolas secundárias, pude perceber que é possível alinhar eficiência operacional com responsabilidade social e estabelecer novos padrões para projetos de infraestrutura que equilibram eficiência econômica”, explica Humberto, que recebeu Menção Honrosa de Excelência em Gestão de Projetos Complexos por sua participação crucial no projeto da Escola Secundária do Bosquet em Drummondville, em Québec.

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Em linha com essa visão de futuro, a própria indústria da construção avança em direção a modelos mais sustentáveis, com a adoção crescente da industrialização leve, utilização de materiais inovadores e foco em cidades inteligentes de baixo carbono, conforme destacou a CBIC durante a 100ª edição do ENIC. Nesse contexto, Humberto Santos, que dirige há mais de 15 anos projetos de infraestrutura pública, complementa que certificações como LEED e tecnologias BIM podem garantir que a sustentabilidade caminhe lado a lado com a entrega assertiva e econômica. “A adoção de materiais ecoeficientes e processos industriais mais limpos não apenas reduz a pegada ambiental, mas também melhora o controle de orçamento e cronograma, pois minimiza retrabalhos e desperdícios”, afirma.

Para o especialista, no entanto, a entrega de infraestrutura pública de qualidade vai além da sustentabilidade e dos marcos técnicos. A entrega dos serviços precisa ser pensada sob a ótica do usuário final. Humberto, responsável por projetos como escolas, residências para idosos no Canadá e no Brasil, defende que a verdadeira medida de sucesso está na experiência das pessoas que irão usar esses espaços todos os dias. Em projetos internacionais como a Maison des Aînés de Labelle (lar para idosos) e a escola secundária de Drummondville (com capacidade para 1.256 alunos), Humberto incorporou processos colaborativos com a comunidade e órgãos públicos, buscando soluções que alinhassem conforto, acessibilidade, sustentabilidade e desempenho técnico. “Gerir projetos com foco no cliente final significa antecipar as necessidades dos usuários e planejar com empatia — o que exige integração total entre projeto, obra e operação”, finaliza.

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