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Passar com o carro em rua alagada exige conhecimento técnico, alerta o IQA
Em dias de chuva, é comum o motorista ficar em dúvida se deve arriscar passar com o carro no alagamento. Então, se não souber qual é a profundidade da poça d’água, o melhor é procurar outra rota porque, dependendo do local, a água pode danificar o motor, catalisador e outros sistemas. “O prejuízo pode ser enorme”, avisa José Palacio, auditor do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), organismo de certificação acreditado pelo Inmetro e criado pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor.De acordo com o auditor, por desconhecerem a localização do sistema de captação de ar, que leva o ar até o motor, muitos motoristas arriscam passar com o carro na água e, com isso, provocam danos irreversíveis. “A sucção de água para dentro do motor produz o chamado calço hidráulico. No lugar de ar, o cilindro ‘aspira’ água, que força o pistão a comprimir um volume superior ao especificado. Quando isso acontece, pode haver o rompimento da correia dentada, empenamento de bielas e quebra do pistão e até do bloco do motor por causa da pressão da água. Isso sem contar que o motorista pode, ainda, perder o controle do veículo”, explica o auditor do IQA.Palacio adverte que nunca se deve mudar de marcha durante travessias. É importante medir a distância do alagamento, engatar a primeira e não tirar o pé do acelerador, porque o movimento do carro vai expelir a água, evitando que a mesma entre no veículo. Se a água estiver na altura do escapamento e o motorista troca de marcha, tirando o pé do acelerador, ela invade a tubulação. Com isso, o motor para de funcionar e a água danifica o catalisador. “O certo é engatar a primeira e ir em frente até atravessar todo o alagamento”, diz. Segundo o auditor, o limite para o carro não afogar é passar com água até a metade da altura dos pneus. “Na dúvida, o melhor é buscar rota alternativa ou esperar, em local seguro, a água baixar”, diz.