A Grande Chance de Barrichello
Outros

A Grande Chance de Barrichello

GP de Cingapura será fundamental na luta pelo título

Texto: Edmur Hashitani*
Foto: Imprensa Brawn GP

Rubens Barrichello terá, neste final de semana, mais uma chance de se aproximar de Jenson Button na luta pelo campeonato. Para isso, deverá confirmar a boa fase que vem mostrando desde Valência, quando conseguiu sua primeira vitória em cinco anos.

A tarefa, claro, não é fácil. Mesmo com Button não estando em seus melhores dias nas últimas provas, uma tentativa de reação foi mostrada na última corrida, vencida pelo brasileiro.

Mas mais que vencer uma possível disputa com seu companheiro, Rubens precisa torcer e confiar muito em seu carro. Primeiro para que ele não apresente problemas na largada, como já aconteceu três vezes este ano. Segundo, pois o câmbio que a equipe teria trocar no último GP ainda está lá e terá que resistir aos treinos de sexta-feira e sábado, além da corrida de domingo.

Dizem que quando a fase é ruim, tudo dá errado. Mas e agora, que a fase é excelente? Barrichello e a torcida têm, sim, motivos para acreditar em um bom resultado, tanto agora, em Cingapura, como no campeonato. Para isso, pode se apegar ao campeonato de 2007, aquele que Räikkönen venceu, mesmo estando em terceiro e 11 pontos atrás do líder, quando restavam apenas duas etapas para o término da temporada.

E se a sorte está do seu lado, porque não pedir uma ajudinha a ela? Nas últimas provas Rubens se apegou à superstição. Em Valência, sua primeira vitória no ano, chegou ao autódromo vestindo uma camisa do Corinthians. Em Monza, onde também venceu, idem. Nesta quinta-feira, também chegou uniformizado de corintiano. Rendeu até uma nota no site oficial do clube, dizendo que davam sorte ao piloto. Sei.

Isso ganha corrida? Não sei. Cada um tem sua superstição (e seu time) e se apega naquilo que acredita. A verdade é que Barrichello é um excelente piloto e não precisa vestir uma camisa do Corinthians pra vencer uma prova, ou o campeonato. Mas, se isso te dá confiança, quem sou eu para condená-lo?

Voltando à pista, a previsão do que pode acontecer domingo é difícil. Tudo depende das condições da pista, como a temperatura A Brawn já mostrou bons desempenhos em pistas travadas, como Mônaco e Valência. Isso não significa exatamente algo bom para Rubens, já que ele precisa não apenas vencer, mas colocar alguns carros entre ele e Button, se possível.

Como disse, a tarefa é difícil, mas não impossível. E o importante agora é que Barrichello tenha a noção exata de suas possibilidades, e ele vem mostrando que tem.

Caso Cingapura-2008

A denuncia de manipulação do resultado de Cingapura em 2008 foi julgada nesta segunda-feira, pela FIA. Briatore foi banido da Fórmula 1 e competições organizadas pela FIA para sempre, Symonds foi suspenso por cinco anos, a Renault por dois (mas só cumprirá pena se for reincidente – ou seja, fizer algo parecido novamente), Alonso foi absolvido e Nelsinho não recebeu nenhuma punição, em função da delação premiada. Mas disso tudo você já deve saber, já que não se falou de outra coisa esta semana.

Essa história de delação premiada, aliás, acaba por jogar fora uma oportunidade de se fazer justiça. Piquet devia, sim, ser punido. Briatore e Symonds podem ter sido os mentores do acidente, mas foi o piloto que executou. Devia sim ter algum tipo de punição pelo que fez, até para servir de exemplo, para mostrar que existem pessoas sérias no esporte, que aliás, foi o que mais sofreu com tudo isto.

Volto a dizer. Ainda que não tenha sido banido oficialmente, acho bem difícil que Nelsinho volte à F1. Se conseguir, será como piloto pagante. Dizem que ele pode ir para a Indy, que um dia Nelson chamou de “brinquedo para aposentados”. Só espero que ele não resolva brincar de bater de propósito em algum oval. Seu pai sabe como a brincadeira é perigosa.

* Edmur Hashitani é jornalista, colunista do jornal Alpha Autos e editor do blog Bandeirada (www.bandeirada.wordress.com).

Deixe um comentário