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Bertin fará testes com motores de caminhão operando com 100% de biodiesel
O Grupo Bertin, por meio de sua empresa Brasbiodiesel, anuncia o início de uma pesquisa pioneira no Brasil para utilização de biodiesel puro aplicado em veículos automotores. Os testes com o combustível, chamado B100, terá início em dezembro deste ano, quando um caminhão Volkswagen Constellation 19.320 começará a circular com motores operando com 100% de biodiesel. Recentemente, a Bertin concluiu outro estudo com o combustível B20, com o qual os veículos rodaram a partir de uma mistura de 20% de biodiesel com 80% óleo diesel tradicional; os resultados foram positivos tanto nos aspectos de desempenho quanto de diminuição de poluentes emitidos.
Entre os dias 26 e 30 de outubro, quem for à Fenatran, salão internacional de transporte, que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, poderá conferir o veículo VW Constellation 19.320 montado com o kit B100, que será utilizado nos testes. O veículo estará exposto no estande da MAN Latin América.
Durante os testes com o B20, e futuramente com o B100, os caminhões transportam produtos do Grupo Bertin no trajeto entre Lins e Santos, respectivamente interior e litoral paulista. São parceiros da Bertin nas pesquisas com biocombustíveis, a MAN Latin América, a BR Distribuidora, a Cummins Latin America e a Bosch, as duas últimas com a missão de definir a compatibilidade dos materiais utilizados nas peças dos motores que têm contato com o biodiesel. Hoje, todos os caminhões Volkswagen já estão aptos para rodar com uma mistura de até 5% de biodiesel.
Para Rogério Barros, diretor da Brasbiodiesel, os testes com o B100 marcam uma evolução nas pesquisas brasileiras com fontes alternativas de combustível. “Esperamos que a utilização do biodiesel nos caminhões possa contribuir para diminuir a poluição e consequentemente melhorar a saúde da população, especialmente nas regiões metropolitanas”.
A utilização do B20 para um ar mais limpo
A discussão sobre a utilização do B20 já chegou à Câmara dos Deputados, com esforços da Frente Parlamentar Ambientalista e da Ubrabio – União Brasileira do Biodiesel – para propor que nas regiões metropolitanas do Brasil o biodiesel seja acrescentado ao óleo diesel em uma proporção de 20% (B20) para o transporte publico coletivo. Hoje, todo diesel do país traz 4% de biodiesel na mistura, percentual que será alterado para 5% a partir de janeiro de 2010. A justificativa para o B20 é que a utilização do biodiesel melhora a qualidade do ar, pois emite menos gases poluentes na atmosfera.
O Rio de Janeiro é um exemplo de cidade que está investindo no B20 para o transporte público coletivo. Em setembro deste ano, foram iniciados testes com o combustível em 15 ônibus do transporte coletivo urbano. Durante seis meses, serão avaliados desempenho, custos e emissões de poluentes – os mesmos itens avaliados pela Bertin nos seus testes com o B20.
Durante um ano, a Bertin e seus parceiros fizeram testes com o B20. Foram utilizados seis caminhões VW 19.320. Três deles rodaram com combustível B20 e os outros três com diesel comum. Nesse período foi possível analisar o B20 em todas as estações do ano, no total de 150 mil quilômetros percorridos por veículo.
Os resultados das análises dos componentes do sistema de combustível foram favoráveis ao uso do B20, necessitando apenas de alguns cuidados extras em manutenções.
A Cummins, parceira da Bertin no projeto, comparou a emissão de poluentes emitidos pelo diesel comum em relação ao emitido pelo B20. O resultado mostrou que com o B20 houve diminuição na emissão de monóxido de carbono (CO), do material particulado (MP) e dos hidrocarbonetos totais (HC). Por outro lado, houve aumento na emissão apenas de óxidos de nitrogênio (NOx), no entanto, esse problema pode ser resolvido pela indústria com o uso de catalisadores e ajustes na injeção dos motores.