Primeiros testes indicam redução média de 6% no custo de combustível por quilômetro rodado quando comparado a um veículo 100% diesel
Texto e Foto: Imprensa Iveco
A Iveco, a FPT Industrial, a Bosch e a Raízen apresentam na 18ª. Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow 2011), em Ribeirão Preto (SP), o Iveco Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel, protótipo dotado de nova tecnologia que permite redução no consumo do óleo diesel pela adoção do etanol, ao mesmo tempo em que eleva o ganho econômico dos operadores do setor canavieiro. Isso quer dizer que há economia no custo de combustível por quilômetro rodado, uma novidade entre todas as tecnologias de combustíveis alternativos para caminhões, que em suas melhores aplicações apresentam custos no máximo similares aqueles do diesel. Outra vantagem é que o motor pode ser 100% reversível ao diesel, o que aumenta o valor de revenda do caminhão.
Desenvolvido a partir de uma demanda da Única (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), a nova tecnologia permite a substituição do diesel pelo etanol em taxas variáveis de acordo com a utilização do caminhão, podendo chegar a 85% em certos regimes. A taxa média de substituição do diesel no protótipo chega a 40%, o que, por si só, já garante uma importante contribuição ambiental uma vez que o etanol é um combustível 100% renovável. E ao mesmo tempo, oferece um ganho econômico médio de 6% para o operador.
O protótipo do Iveco Trakker Bi-Fuel é cavalo mecânico com tração 6×4 para até 63 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), que pode ser utilizado em várias aplicações do setor canavieiro, como transporte de vinhaça, por exemplo.
O veículo será agora submetido a testes de campo, realizados em parceria com a Raízen, joint-venture entre Shell e Cosan, que já a partir deste mês de maio vai utilizá-lo engatado a um implemento bi-trem para transporte de vinhaça durante a safra de 2011. O teste será realizado na Usina da Barra, localizada em Barra Bonita (SP) e contará com um time de engenharia dedicado, formado por profissionais da Raízen e Iveco.
O Iveco Trakker Bi-Fuel utiliza um motor Iveco-FPT de seis cilindros e nove litros, sistema de injeção common rail e 360cv, de ciclo diesel. O modelo possui dois tanques de combustível, um para etanol, outro para o diesel, que serão abastecidos durante todo o período de testes com os mesmos combustíveis encontrados nos postos da rede Shell, o V-Power Etanol e o Fórmula Diesel. O etanol hidratado é injetado no ciclo de admissão e, após a compressão, é detonado com a injeção do próprio óleo diesel. O sistema não exige aditivo ou antidetonante. As quantidades de cada combustível são dosadas pela central eletrônica do motor e variam de acordo com as condições de pressão, temperatura e carga.
“A tecnologia apresenta resultados promissores para frotas que trabalham no ambiente canavieiro”, informa Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco. “Ainda na fase inicial, ele já trouxe excelentes resultados que, acreditamos, ainda vão melhorar com a continuidade do desenvolvimento”, comenta o diretor da Iveco. Segundo ele, a proporção 40%-60% etanol-diesel deve mudar, com maior utilização de álcool, de acordo com o desenvolvimento da tecnologia.
Sendo um caminhão 100% reversível, ele pode ainda ser utilizado para o transporte do próprio etanol da usina para outros pontos de distribuição, ou mesmo revendido para operadores de fora do universo sucroalcooleiro, o que mostra a flexibilidade deste conceito.
RAÍZEN
Raízen é a empresa resultante do processo de integração dos negócios da Shell e Cosan. Está entre as cinco maiores empresas do Brasil em faturamento, com valor de mercado estimado em R$ 20 bilhões e cerca de 40 mil funcionários, posicionando-se como uma das mais competitivas na área de energia sustentável no mundo. A Raízen responderá por uma produção de mais de 2,2 bilhões de litros de etanol por ano para atendimento ao mercado interno e externo. Além do etanol, as atuais 24 usinas produzem 4 milhões de toneladas de açúcar e têm 900 MW de capacidade instalada de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana. Na área de combustíveis, a joint venture comercializará aproximadament e 20 bilhões de litros para os segmentos de transporte e indústria e para a sua rede formada por 4.500 postos de serviço.