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Alpha Notícias: Dez desafios e tendências do mercado automotivo em 2023

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Alexandre Ribas*


O avanço da ciência de dados e o cenário de incertezas econômicas devem ditar o ritmo do mercado automotivo brasileiro em 2023. Ainda por influência da pandemia de Covid-19, disrupções na cadeia produtiva devem ser preocupações para gestores. Além disso, a produção deve ficar abaixo da capacidade produtiva instalada, mas provavelmente em números maiores que os deste ano. Por outro lado, o avanço da eletrificação da frota e a chegada dos veículos autônomos evidenciam a tecnologia como principal direção do segmento, fator importante também para conhecimento e personalização do cliente.

Nesse sentido, destaca-se a importância de as empresas terem uma boa capacidade de análise das informações coletadas para gerar insights — um grande diferencial para revendedores e montadoras em 2023. Ferramentas de CRMs (Customer Relationship Management, termo em inglês para definir a gestão do relacionamento entre empresas e clientes), computação em nuvem e integradores de dados podem ganhar escala nas diversas pontas da indústria. Também no próximo ano, a qualificação do processo de supply chain deve demandar maior previsibilidade de demanda e política de estoques.

A seguir, confira os principais desafios que surgirão para o setor automotivo em 2023:

• Impactos na produção por conta de disrupções na cadeia de valor iniciadas por questões sanitárias e intensificadas por tensões geopolíticas globais;

• Tomada de decisão de investimento em meio a um cenário de incertezas;

• Manutenção da rentabilidade do negócio, com queda de margem, aumento dos custos financeiros e recuperação lenta e desbalanceada de estoques;

• Novo perfil de experiência de compra do consumidor.

Já as grandes tendências que devem direcionar o caminho do setor no próximo ano são:

• Maior eletrificação da frota (híbridos, plug-in híbridos e a bateria), ainda que não de maneira uniforme por conta das particularidades de cada região do país;

• Novos entrantes no mercado nacional;

• Avanço da participação das vendas diretas e dos canais de comércio online;

• Personalização de produtos e serviços a partir do avanço do uso de dados, como, por exemplo, a customização do mercado de seguros automotivos;

• Manutenção do crescimento do segmento duas rodas;

• Envelhecimento da frota devido à queda do número de novos veículos em circulação nos últimos três anos, impactando oficinas e mercado de peças.

Hoje, o mercado automotivo é muito globalizado, com cadeias de produção complexas e ciclos de investimento longos, sendo o Brasil inserido em maior ou menor grau nesse contexto. Nossa indústria ainda produz volumes inferiores da sua capacidade produtiva instalada e, apesar da fabricação aumentar em relação a 2022, devemos ficar aquém de períodos pré-pandêmicos. Questões macroeconômicas e de diminuição do poder de compra serão intensificados, levando os veículos a um status de produtos “premium”.

Com isso, as motos continuam sendo uma alternativa mais acessível para grande parte da população. Já a categoria de veículos utilitários esportivos, os chamados SUVs, deve ter competição intensificada no país com a entrada de novos players, principalmente os asiáticos. Vendas diretas crescem e passam a ser uma alternativa para as montadoras em meio a esse contexto, com locadoras e empresas necessitando atualizar as frotas.

*Alexandre Ribas é diretor para soluções da indústria de bens duráveis da Falconi
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