Alpha Pets: Hidratação correta pode evitar doença renal crônica nos pets
Texto: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay
A doença renal crônica é uma das principais patologias que afetam os animais de estimação todo o mundo. Para se ter uma ideia, um estudo publicado pelo Centro Médico de Minnesota, nos Estados Unidos, alertou que 10% dos cães e 30% dos gatos com mais de 15 anos possuem essa enfermidade.
Diante dessa realidade, na coluna dessa semana falamos sobre a doença com um aviso: com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, os pets afetados podem continuar a desfrutar de uma boa qualidade de vida.
Segundo Bruno Alvarenga, professor do curso de Medicina Veterinária do CEUB – Centro Universitário de Brasília, a detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
“A doença renal crônica em estágios iniciais é totalmente silenciosa, por isso é necessária a prevenção. Quando presente, dentre sinais que podem indicar que há algo errado estão o aumento da ingestão de água e do volume de urina. Mas geralmente são em momentos de extrema desidratação que ocorrem as injúrias renais”, explica Alvarenga.
Os gatos têm mais facilidade de desenvolver a doença, uma vez que a domesticação da espécie levou a uma considerável redução no volume de água ingerida.
“Enquanto animal selvagem, os felinos caçavam presas com pelo menos 70% de água. Dentro de casa, os gatos comem ração, que tem mais ou menos 10% do teor de umidade. Para garantir a hidratação dos gatinhos, o ideal é dar ração úmida e disponibilizar fontes e potes de água pela casa”, diz Alvarenga.
Outro alerta é se o animal parar de beber água, o que deve ser observado. O exame de urina é um dos principais meios e mais baratos para identificação de problemas renais e para monitorar, em razão do material ser o produto principal do rim.
O estresse também pode ser um fato desencadeador da doença. No gato, por exemplo, que é um animal de muita rotina, a desordem pode ser despertada pela simples mudança de ambiente, uma ida ao pet shop ou a mudança de móveis dentro da casa.
Pode não parecer, mas coisas simples como a troca de ração, uma pessoa a mais, uma pessoa a menos, o barulho de uma obra, tudo isso pode desencadear a diminuição na ingestão de água e alimentação no pet, causando problemas renais.
Para evitar a doença, a dica é simples: o animal tem que se hidratar e a hidratação adequada varia de acordo com o manejo. Caso o pet faça ingestão de alimentação natural, parte da água necessária para manter a hidratação está inserida na comida.
Já aqueles que se alimentam de ração seca e bebem água no pote precisam tomar um volume maior de água. Em resumo, cães e gatos precisam ingerir água tanto pura, quanto nos alimentos, totalizando algo em torno de 100ml de água por quilo. O importante é sempre estimular a ingestão de água e realizar os exames de monitoramento anualmente.
Para tratar um animal diagnosticado com doença renal ou qualquer outra, é fundamental um bom acompanhamento médico veterinário, e que o tutor siga à risca as orientações do profissional.
“Por mais que amemos os animais como filhos, não podemos cuidar deles como humanos, devendo respeitar as limitações e metabolismo de cada espécie. E ainda por vezes quando os animais não estão bem, é comum sentir vontade de medicá-los, porém além de nem todas as medicações poderem ser feitas em uma espécie, estas podem ser nefrotóxicas e se administradas em um paciente renal pode expô-lo a riscos maiores”, finaliza Alvarenga.