Levantamento da Zapay e do Serasa mostram como está a inadimplência relacionada ao IPVA: muitos motoristas ainda não pagaram o imposto neste ano e enfrentam dificuldades para equilibrar os gastos com o automóvel com as demais despesas da casa

Altos índices de inadimplência mostram como o veículo tem um peso significativo no bolso dos condutores

Passado mais da metade do ano e do vencimento do IPVA em diversos estados, o levantamento mostra que 42,2% dos brasileiros ainda não pagaram o imposto automotivo no ano de 2024. Já entre os 57,8% dos motoristas que já quitaram o IPVA, mais da metade (53,2%) buscou por facilidade ao fazê-lo, optando por parcelar o débito.

Os altos índices de inadimplência e parcelamento mostram como o veículo tem um peso significativo no bolso dos condutores, sendo que 67% dos lares têm as despesas com o automóvel entre os três maiores gastos anuais, como mostra na 2ª edição do estudo “A Relação do brasileiro com o Automóvel”, desenvolvido pelo Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box. A pesquisa mostra ainda que, para 56% da população, os gastos com os veículos podem representar até 20% da renda familiar anual.

Levando em consideração o salário mínimo praticado em 2024 (R$ 1.412,00), o IPVA de um veículo avaliado em R$ 27.545,01 na tabela FIPE pode representar até 78% da remuneração mensal de um trabalhador em estados cuja a alíquota do imposto seja de 4%, como é o caso de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“Os dados que observamos acima nos dão a dimensão do impacto que a gestão do veículo pode ter nas despesas familiares, deixando clara a importância de não apenas planejar esses pagamentos frente aos outros compromissos financeiros recorrentes, como também se antecipar como forma de aproveitar as condições especiais e os descontos fornecidos para quem paga em dia”, destaca Adalberto Da Pieve, CMO da Zapay.

Inadimplência do IPVA no Brasil está em torno de 42%

O uso do cartão de crédito tem sido essencial para ajudar no pagamento do IPVA e de outros tributos automotivos, reforça Adalberto. Segundo ele, essa facilidade permite distribuir os custos ao longo dos meses, por meio do parcelamento, de forma que as demais despesas da casa não sejam comprometidas.

“Quanto mais flexibilidade na hora de pagar os impostos, maiores as chances de os motoristas manterem suas despesas em dia, deixando de correr o risco de entrar em restrições ou terem seus veículos apreendidos”, aponta Da Pieve.

O IPVA é um imposto estadual que deve ser pago anualmente. Metade do valor arrecadado é repassado ao município onde o carro está registrado, enquanto a outra metade fica com o governo do estado. Os pagamentos são direcionados para a melhoria da saúde, segurança e educação e por isso a arrecadação impacta diretamente a qualidade de vida dos brasileiros.