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Absolutamente fantástico

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Barrichello vence em Valência e volta a sonhar com título

Edmur Hashitani*

Ainda assistindo ao término da corrida do último domingo, e não escondo, vibrando com a vitória de Barrichello, tive a certeza de qual seria o título da coluna desta semana, ao ouvir a frase de Brawn para Rubinho. “Absolutamente fantástico! Como nos velhos tempos” dizia o engenheiro inglês no rádio. Faltava saber exatamente qual das duas frases eu usaria, mas isso eu explico depois.

A verdade é que Barrichello fez, sim, uma corrida fantástica. Em um circuito de rua, travado, com o carro mais pesado que seus concorrentes, ele conseguiu manter um ritmo forte o tempo todo, mantendo-se na briga ao longo das voltas, sem deixar as McLaren abrirem muita distância.

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Mas, todos já sabemos disto. Como também sabemos que esta foi a décima vitória de Rubinho na carreira e a centésima do país na Fórmula 1. Mais do que os números, há outras coisas mais importantes a serem ressaltadas a respeito do GP da Europa.

No final do ano de 2008, ainda sem a notícia de que a Honda abandonaria a Fórmula 1, Barrichello foi “aposentado” por muita gente da imprensa. Era tido como um veterano, um piloto que já não podia competir de igual para igual com jovens rápidos como Hamilton, Alonso e Massa. O ano acabou, a montadora japonesa abandonou o barco e a equipe passou para Brawn, que soube reconhecer a importância do brasileiro no time.

A nova temporada começou com sua equipe dominando as primeiras corridas. Mas, na ponta, estava Button, seu companheiro. Voltaram piadas e apelidos como eterno segundo colocado. Passando por um momento difícil, com problemas de acerto de freios e erros da equipe, a capacidade de Rubens era mais uma vez colocada à prova.

As coisas então começaram a se complicar na Brawn. O domínio das primeiras provas já não era mais latente. Red Bull e McLaren vinham evoluindo e superando a equipe inglesa, que passava a ocupar uma posição intermediária nas provas. E foi justamente durante um momento difícil, novamente, que Barrichello se superou.

Ele mostrou ao mundo que ainda pode ser um piloto rápido e, acima de tudo, constante. Não há problemas para desenvolver um bom ritmo de prova e lutar por vitórias.

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Agora são 18 pontos atrás de Button e a vice-liderança de volta. Restando seis etapas para o fim da temporada, ainda é possível pensar no campeonato. Mesmo que a equipe resolvesse favorecer o inglês, ele não vem sendo constante nas últimas provas. Se o cenário se mantiver assim, as chances de Rubens são reais.

Falando em favorecimento de equipe e na briga pelo campeonato, voltamos ao início do texto. No fim, não foi difícil escolher entre as duas frases para o título da coluna. Simplesmente porque “nos velhos tempos” de Brawn, nós sabemos como o campeonato termina. Agora é torcer para que nas próximas provas sejam absolutamente fantásticas.

Ranking de vitórias brasileiras

Ayrton Senna – 41
Nelson Piquet – 23
Emerson Fittipaldi – 14
Felipe Massa – 11
Rubens Barrichello – 10
José Carlos Pace – 1

* Edmur Hashitani é jornalista, colunista do jornal Alpha Autos e editor do blog Bandeirada (www.bandeirada.wordress.com).
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