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Coluna “Fernando Calmon”: Avanços de segurança e conectividade na S10

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Fernando Calmon*

Faz 25 anos que a GM criou o segmento de picapes médias com a S10. Produziu um milhão de unidades, 25% delas exportadas. 

Agora, no modelo 2021, introduziu mudanças na topo de linha High Country para que se diferencie das demais de forma explícita. São novos os seguintes itens nas versões mais caras: grade, para-choque (aumentou o ângulo de ataque de 27 para 29 graus), lanternas (as traseiras com LED), faróis (agora de LED), luz de rodagem diurna, rodas de 18 pol. pintadas de preto, estribo e arco de segurança (“santantônio”). A marca Chevrolet está estampada na grade e até a tradicional “gravata” símbolo da marca foi deslocada, pela primeira vez, do centro para a lateral esquerda e com dimensões reduzidas, apenas nesta versão. A caçamba não mudou e permanece como a maior da categoria (1.329 litros).

As versões LS, LT, LTZ e High Country, todas a diesel de cabine dupla e 4×4, mantiveram os preços de R$ 169.200, R$ 187.590, R$ 206.190 e R$ 213.290, respectivamente. Continua a versão cabine dupla com motor flex por R$ 125.390 (câmbio manual e 4×2). Seis airbags são de série a partir de agora em toda a gama e houve reforços estruturais no veículo (ganho de 20%). 

Grande salto em segurança ativa foi a frenagem autônoma de emergência que funciona entre 8 e 80 km/h, independentemente da ação do motorista. O sistema é capaz de aplicar força máxima nos freios, mesmo que o motorista não perceba a iminência ou a gravidade de uma possível colisão. A novidade é a câmera de monitorização no alto do para-brisa. Ela percebe o risco de atropelamento de pedestre e faz aplicar os freios, o que não acontece com hatches e SUVs compactos recém-lançados como Onix e Nivus, por exemplo. 

A nova S10 recebeu câmera de ré de alta definição e zoom ativado por um botão para facilitar o engate de reboque por meio de uma linha-guia específica. 

Conectividade subiu para nível 4, o maior hoje disponível entre veículos do segmento. Além de roteador Wi-FI e internet a bordo que estrearam no Cruze em 2019, há o sistema de concierge OnStar. É possível, ainda, projetar sem necessidade de cabos Android Auto e Apple CarPlay diretamente para o sistema multimídia com tela tátil de 8 pol. Introduziu-se também GPS nativo e disponibilidade de baixar aplicativos como os de previsão do tempo. O sistema continua gratuito por três meses, mas depois há necessidade de adquirir um plano de dados. É a única picape a oferecer esse pacote mais completo de conectividade no mercado brasileiro. 

Para as picapes, que têm grande participação no agronegócio e percorrem longas distâncias, o sistema de uma segunda conta de celular é mais atraente em relação a automóveis. A antena amplifica em até 12 vezes, segundo a GM, o alcance e a estabilidade do sinal 4G em relação aos smartphones. 

O motor diesel recebeu novo turbocompressor para melhorar respostas em baixas rotações, porém potência e torque se mantiveram: 200 cv e 51 kgfm. Aceleração informada de 0 a 100 km/h é de 10,1 s (0,2 s melhor que antes). Consumo de diesel teve ganho entre 3% e 10%, em função de diferentes condições de uso. 

Estilo é o ponto forte do novo Peugeot 208

Lançado na Europa em outubro do ano passado, a segunda geração do Peugeot 208 foi planejada para chegar ao Brasil apenas cerca de seis meses depois, porém a pandemia provocou atraso de três meses. Projetado sobre a arquitetura CMP, a mais atual do grupo francês (em processo de fusão com a FCA para formar o Stellantis), conquistou o título de Carro do Ano 2020 na Europa. O modelo atrai por seu desenho arrojado e que se destaca entre hatches compactos. 

Em fevereiro último, um grupo de jornalistas participou de uma missão de rodagem secreta na Argentina, onde o carro passa a ser fabricado. Estive lá e constatei que a evolução sobre o atual 208 foi bem marcante, em especial quanto ao comportamento em curvas e à estabilidade direcional. 

Menos no motor, pois se esperava uma versão turbo do atual tricilindro de 1,2 L que no mercado europeu entrega 100 ou 139 cv. No entanto, como esse motor teria que ser importado, haveria impacto direto sobre o preço a ser anunciado só em 4 de agosto (estimativa de R$ 65.000 a R$ 85.000, fora opcionais). Aqui se manteve o veterano quatro-cilindros, EC5M flex produzido em Porto Real (RJ), de aspiração natural, 1,6 L e 118 cv (etanol), que acoplado sempre a uma caixa automática de seis marchas, deixa algo a desejar em relação a concorrentes como Polo e Onix, ambos turbo, sendo que o HB20 aspirado entrega 130 cv. 

A Peugeot importará da França o elétrico 208 e-GT, de 136 cv. Lá ele custa 60% a mais que a versão de topo Allure. 

O interior é aconchegante com teto solar panorâmico e inclui o inédito quadro de instrumentos com tecnologia holográfica em 3D, carregamento por indução do celular (só na versão de topo) e projeção (com cabo) de Android Auto e Apple CarPlay. O porta-malas encolheu 20 litros (agora, 265 litros), embora um dos rivais, o líder Onix, só tenha 10 litros a mais. 

*www.fernandocalmon.com.br