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Políticas de IPVA para carros elétricos divergem entre estados

Políticas de IPVA para carros elétricos divergem entre estados

Um levantamento inédito realizado por pesquisadores da Universidade Veiga de Almeida (UVA) revelou que a maioria dos estados brasileiros ainda não implementou incentivos fiscais para veículos elétricos no pagamento do IPVA em 2025. A pesquisa aponta que 15 das 27 unidades federativas não oferecem nenhuma redução ou isenção para esse tipo de veículo.

Diferenças regionais e políticas limitam incentivos fiscais como o IPVA

Políticas de IPVA para carros elétricos divergem entre estados

A falta de uniformidade nas políticas fiscais entre os estados tem sido um obstáculo para a expansão da frota de carros elétricos no país. Enquanto alguns estados, como Pernambuco e o Distrito Federal, garantem isenção total do IPVA para veículos elétricos, outros restringem os benefícios a critérios específicos, limitando o alcance das medidas.

Em Minas Gerais, por exemplo, a isenção é concedida apenas para veículos fabricados dentro do próprio estado. No Maranhão, o incentivo está condicionado à aquisição do veículo em concessionárias locais. Alagoas adota uma abordagem diferenciada, oferecendo isenção apenas no primeiro ano, seguida de uma redução progressiva nos anos subsequentes. O Rio Grande do Sul estende o benefício apenas a veículos totalmente movidos à bateria, excluindo os modelos híbridos.

O estado do Rio de Janeiro se destaca na região Sudeste por não impor restrições quanto ao local de fabricação ou compra. A alíquota do IPVA no estado é de 0,5% para veículos 100% elétricos e 1,5% para modelos híbridos. A pesquisa ressalta que essa política tem sido considerada uma forma de estimular a eletromobilidade na região.

De acordo com Ricardo Soares, coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA, a renúncia fiscal derivada desses incentivos pode ser compensada por benefícios de longo prazo. Ele destaca a redução de emissões de gases de efeito estufa, melhorias na qualidade do ar e avanços na sustentabilidade como fatores que justificam a adoção de incentivos fiscais.

Políticas de IPVA para carros elétricos divergem entre estados

Políticas de IPVA para carros elétricos divergem entre estados

O levantamento também evidencia uma falta de sinergia entre as esferas administrativa federal, estadual e municipal no que diz respeito à eletromobilidade. Enquanto o Projeto de Lei Complementar 68/2024, que propõe a reforma tributária, inclui carros elétricos no “imposto do pecado” devido às baterias poluentes, estados como o Rio de Janeiro adotam legislações que incentivam a ampliação da frota elétrica.

A Lei Estadual nº 9870/2022 do Rio de Janeiro, por exemplo, estabelece que a partir de 2025, 10% da frota de veículos a serviço do poder público estadual deve ser composta por veículos elétricos. Em âmbito municipal, o Decreto Rio nº 51047/2022 criou um Distrito de Baixa Emissão na região central da capital fluminense, prevendo medidas de incentivo à utilização de carros elétricos.

Dados fornecidos pelo DETRAN-RJ mostram que a participação de carros elétricos na frota do estado atingiu 0,20% em novembro de 2024, com 16.957 veículos registrados em uma frota de mais de oito milhões de automóveis. Apesar do crescimento, esse número ainda é considerado baixo em comparação com outros países que implementaram incentivos mais robustos.

A pesquisa compara a situação brasileira com a de países como França e Estados Unidos, que oferecem subsídios superiores a sete mil euros para a aquisição de veículos elétricos. Na Noruega, carros elétricos são isentos de impostos automotivos e pedágios urbanos, além de contarem com outros benefícios.

Diogo Caldas, um dos coordenadores do estudo, destaca que a ausência de uma política nacional integrada pode comprometer o avanço da eletromobilidade no Brasil. Para ele, a criação de uma estratégia unificada e a expansão da infraestrutura de recarga são passos essenciais para impulsionar a adesão aos veículos elétricos no país.