88% dos motoristas do DF respeitam a faixa
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88% dos motoristas do DF respeitam a faixa

Pesquisa do Detran revela, entretanto, aumento do número de mortes nas faixas de travessia

Texto: Imprensa Perkons

Treze anos após o DF se destacar pelo respeito à faixa de pedestre, uma pesquisa realizada pelo Detran confirma que essa conquista do brasiliense reduziu as mortes por atropelamento em 2008 e 2009 em 52% em relação aos dois anos antes da implantação da faixa (1995/1996). De acordo com o estudo, nas 820 travessias observadas, 88% dos condutores pararam para dar passagem ao pedestre.

O índice de respeito ainda é grande, mas diminuiu em relação ao começo do projeto. Em 2009, o órgão registrou o maior número de acientes já registrado desde a implantação do projeto: foram 11 acidentes fatais, com 12 mortos na faixa. Segundo o diretor geral do Detran, José Antônio de Araújo, o dado também mostra que metade dos pedestres mortos eram idosos e que jovens entre 18 e 29 anos estavam ao volante no momento do acidente. Ele adianta, porém, que o Detran já iniciou um plano para conter esse índice, com ações de conscientização sobre a forma segura de travessia, entre outras orientações a pedestres e condutores, além da intensificação da fiscalização. “Em maio de 2009, nossos agentes começaram a multar quem desrespeita a faixa, como forma efetiva de contenção”, observa.

A pesquisa feita pelo Detran comparando dados de 2008 com 2009 indica que os 11 acidentes fatais ocorreram por falha humana motivados, na maioria dos casos, por excesso de velocidade, distração do condutor, influência do álcool e despreparo ao volante (falta de habilitação e habilitação vencida). No documento ainda chama atenção o fato de os acidentes fatais terem ocorrido em maior número no Gama (quatro), sendo metade dessas vítimas, idosos.

Os dados sobre o comportamento de pedestres e condutores no decorrer dos últimos treze anos comprovam que só metade das travessias são realizadas com segurança. Segundo o levantamento, metade dos pedestres utilizaram o sinal de vida para indicar intenção de atravessar, mas só 77% destes esperaram o veículo parar.

Antes da adoção do respeito à faixa, em 1996, os pedestres mortos em faixas de travessia sem semáforos representaram 44% das vítimas fatais, enquanto que em 2009, este percentual foi de 27%.

SINAL DE VIDA OBRIGATÓRIO

Tramita em uma das comissões do Senado uma proposta de tornar o sinal de vida, adotado pelos brasilienses há 13 anos como forma de comunicação entre motoristas e pedestres, gesto obrigatório, regulamentado no Código de Trânsito Brasileiro.
De autoria da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB – AC), o projeto de lei visa estabelecer mais uma segurança à parte mais frágil desse organismo que é o trânsito: o pedestre. A prática é simples: ao chegar na faixa, o pedestre balança o braço para cima e para baixo pedindo passagem ao motorista. Caso receba parecer favorável, e seja aprovado em plenário, o projeto vai integrar o Artigo 69 do CTB. Hoje, o conteúdo orienta o pedestre que, antes de iniciar a travessia, leve em conta a visibilidade, a distância e a velocidade dos carros.

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