Proteste constata que pressa no financiamento de automóveis pode custar caro
Texto: Imprensa Proteste
Pesquisa sobre financiamento de veículos realizada pela PROTESTE Associação de Consumidores constatou que no banco, negociando bem as taxas, o custo pode sair mais em conta do que a compra na concessionária. E que a venda de carros a prazo sem juros só se aplica para modelos mais caros e em condições muito específicas. O juro zero da porpaganda não significa custo zero.
Pesquisar bem antes da compra pode ser um bom negócio para economizar juros e taxas. Compradores muito ansiosos podem ser prejudicados ao comprar por impulso. A indicação da PROTESTE é comparar o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todos os custos do financiamento) em diferentes estabelecimentos e comprar as diversas modalidades.
Os melhores CETs foram encontrados nos bancos e não nas concessionárias. O CET para financiamento via Crédito Direto ao Consumidor (CDC) de um carro de R$ 25 mil a ser pago em 24 vezes com 40% de entrada, variou entre 23 e 42% nas concessionárias. Já nos bancos, o CET para CDC de um carro de R$ 27 mil a ser pago nas mesmas condições variou entre 19 e 39%.
O estudo foi feito com envio de questionários para as quatro maiores montadoras e suas concessionárias (Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen), para nove bancos e para as cinco administradoras de consórcios mais bem posicionadas no ranking do Banco Central. Também foram feitas simulações pelos sites das empresas.
As conclusões deste estudo são baseadas no financiamento de um carro zero, que custasse entre R$ 24 mil e R$ 27 mil, a ser pago nas seguintes condições:
• Com 0% de entrada, em 24 ou 48 meses
• Com 40% de entrada, em 24 ou 48 meses
• Com 40% de entrada, em 24 ou 48 meses
A PROTESTE analisou também os financiamentos que oferecem juro zero. A condição só é verdadeira em raros casos. Em geral, os carros vendidos com juro zero são mais caros e a condição só vale caso o consumidor dê 50% de entrada, parcelando o total em no máximo 24 meses. Além disso, juro zero não significa CET zero. Para financiamento são cobradas taxas de administração e de abertura de crédito que podem ser mais caras que o convencional para “compensar” o juros zero.
Não foram encontradas diferenças significativas entre os CETs para carros financiados via leasing ou CDC (Crédito Direto ao Consumidor) nas concessionárias. Porém, as duas modalidades de financiamento são bastante diferentes. No leasing, por exemplo, a antecipação de parcelas só é possível a partir da 24ª parcela.
Em relação ao prazo é importante lembrar que quanto maior o prazo de financiamento, maior o valor pago com juros. Por permitir a possibilidade de quitação antecipada de dívida, o CDC é a melhor opção para o consumidor quando não há diferença de CET entra as duas modalidades ou quando esta for pequena.
No caso do consórcio, o investimento só vale a pena para quem é sorteado no início. Para comprar um carro de R$ 30 mil, só valeria entrar em um consórcio se sorteado até o 44º mês. Depois do 44º mês, mais valeria depositar o valor da parcela em uma poupança ou em um fundo de renda fixa. Como não dá para saber quando será sorteado, é mais garantido fazer uma reserva de dinheiro por conta própria para comprar o carro sem pagar juros, em vez de entrar em um consórcio.
A compra de carro usado também deve ser feita com calma. A pesquisa constatou que os preços e condições para os carros usados variam muito até mesmo dobrando a esquina. Em uma concessionária encontramos um Celta 2007 com ar condicionado, trio elétrico e direção hidráulica pelo mesmo preço de outro Celta 2007 básico, inclusive com mais quilômetros rodados vendidos por uma concorrente no mesmo bairro.
A PROTESTE orienta que o consumidor simule o financiamento nos bancos além das opções de financiamento oferecidas pelas concessionárias. Assim, quando tiver o menor CET poderá voltar à concessionária ou ao banco, negociar melhores condições e fechar negócio.
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