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45 ANOS DA FORD TRANSIT: BREVE HISTÓRIA DE UM LONGO SUCESSO

Texto e Foto: Imprensa Ford Caminhões

A comemoração de 6 milhões de unidades produzidas, em abril, e dos 45 anos de vida, a serem completados em agosto, são datas importantes na longa história de sucesso da Ford Transit. Mas a história desse veículo tem muitos outros capítulos interessantes. Veículo mais tradicional da Ford na Europa a Transit foi o primeiro produto desenvolvido para toda a região, antes mesmo da criação da Ford Europa, e abriu caminho para a integração das operações no continente. Hoje, é um produto-chave do plano global da marca.

Nesses 45 anos, a Transit passou por uma transformação sem precedentes. De um cavalo de trabalho espartano, acessível, prático e durável, tornou-se uma das linhas de comerciais leves mais sofisticadas e versáteis de toda a história automotiva europeia. Ao mesmo tempo, contribuiu para levar o segmento de vans leves e médias a um novo patamar de tecnologia.

Antes de 1965, a Ford já oferecia nos mercados europeus duas linhas de vans: a FK, produzida na Alemanha (desde 1953) e a Thames, no Reino Unido (desde 1954). Práticas e versáteis, ambas contribuíram para o “boom” do pós-guerra e foram sucesso em seus respectivos mercados. De 1953 a 1965, mais de 250 mil FK alemãs foram produzidas. Esse modelo também foi o primeiro a usar o nome Transit, como Ford Taunus Transit, em 1960.

No início dos anos 60, era grande a expectativa dos consumidores por vans com maior capacidade de carga, espaço, flexibilidade e velocidade. Com plataformas baseadas em veículos de passageiros, era difícil para a Taunus Transit e a Thames atender a esses requisitos de forma adequada.

A Ford decidiu substituir os dois modelos por uma geração de vans totalmente nova. No time de engenheiros americanos e europeus envolvidos no projeto um dos integrantes era Alex Trotman, que depois se tornaria presidente mundial e CEO da Ford. Os projetistas estavam convencidos que o novo veículo devia ter o motor alojado em uma frente curta, onde o ruído poderia ser facilmente suprimido, sem prejudicar o espaço interno.

Primeiros anos

A primeira Transit deixou a linha de montagem da fábrica de Berkshire, na Inglaterra, em 9 de agosto de 1965. Ela trazia inovações como painel de instrumentos com circuito impresso, porta de carga lateral, cintos de segurança e trava de direção opcional. Logo depois, introduziu também faróis de halogênio, pneus sem câmara e suspensão com molas de baixo peso.

O modelo original oferecia os motores a gasolina 1.7 (de 74 cv) ou 2.0 (86 cv), e o diesel Perkins 4/99, de 44 cv. A linha nasceu com os modelos furgão curto ou longo, para carga líquida a partir de 610 kg até 1.782 kg, e van de passageiros.

Com o tempo, a confiabilidade se tornou uma marca registrada da Transit e fez dela a preferida nos serviços de polícia, bombeiros e ambulância. Sua fama correu o mundo e em poucos meses passou a operar na rota mais alta do mundo, nos Andes peruanos, a 4.000 m de altitude. Também ganhou espaço na indústria da música pop, como a favorita dos astros para o deslocamento entre shows na Europa.

Anos 1970

Em 1970, o professor Reyner Banham escreveu na revista Nova Sociedade: “Enterre uma Transit para a posteridade! Sério – se os antopólogos e arqueólogos insistem em avaliar as civilizações por seus artefatos, queremos ser lembrados pela Ford Transit, a maravilha tecnológica do nosso modo de vida.”

Em 1971, a Transit Supervan estreou em Brands Hatch. Baseada em um Ford GT40, com motor V8 5.0, podia atingir 240 km/h. Em 1972, ganhou seus primeiros motores diesel de alta velocidade, com 55 cv e 62 cv. No famoso circuito de Monza, duas Ford Transit, um furgão e uma van, bateram três recordes mundiais em sete dias e noites sem parar. O furgão rodou 10.000 km a uma média de 120 km/h e a van percorreu 16.000 km a média de 119 km/h.

Em 1973, foi o primeiro veículo comercial a usar pneus radiais em toda a linha. Em 1974, lançou o modelo com capacidade de 1.000 kg com rodado simples. Em 1975, foi a primeira a dispor de freios a disco dianteiros servoassistidos.

Em 1976, o peso bruto total da linha foi aumentado para 3,5 t com o modelo 190, o primeiro da categoria a usar freios a disco ventilados. A linha atingiu 1 milhão de unidades produzidas. Em 1978, a linha passou pela primeira grande reestilização. O capô foi aumentado para acomodar diferentes motores e o crescimento do uso do diesel. Outra novidade foi a transmissão automática C3.

Anos 1980

Em 1984, a Transit lançou o revolucionário motor diesel 2.5 DI, com bomba injetora rotativa. Ele elevou a potência de 62 cv para 68 cv e trouxe uma economia de combustível de mais de 20%. Em 1985, a linha atingiu a produção de 2 milhões de unidades.

Em outubro de 1986, Juan Garcia, proprietário de uma Transit em Sevilha, na Espanha, foi pego por uma tempestade de neve numa montanha a 3.000 metros de altitude. Ele e a família abandonaram o veículo, que foi coberto por 5 metros de neve e não pôde ser recuperado. Mais de seis meses depois, na primavera, ele voltou ao local e encontrou a Transit, que estava só levemente amassada e pegou na primeira partida, levando-a para casa.

No mesmo ano, a Nova Transit trouxe visual renovado e coeficiente aerodinâmico de 0,37, melhor que o de muitos carros da época. Portas e janelas foram ampliadas para facilitar o acesso e a sensação de espaço. Ganhou também suspensão dianteira independente MacPherson e direção tipo pinhão e cremalheira.

Anos 1990

Em 1991, a plataforma da Transit foi redesenhada. A estrutura frontal, a ancoragem dos cintos de segurança e a montagem dos bancos foram reforçadas. Isso permitiu o lançamento da Transit 150, com capacidade de 1,5 t de carga, com rodas de 15″.

Arcos de rodas mais estreitos permitiram a ampliação da largura do assoalho em 36,5 cm e a distância entre-eixos foi aumentada em 55 cm, junto com a mudança para rodado simples e a adoção de novos eixos traseiros. O novo modelo trouxe também o primeiro motor eletrônico aplicado a um comercial médio, o 2.5 turbodiesel, com 100 cv, para atender os novos limites de emissões. Junto com ele, foi lançado o motor 2.5 DI aspirado naturalmente, de 80 cv.

Em 1994, a Ford comemorou a produção de 3 milhões de Transit e renovou a linha. Com grade dianteira oval, ela elevou o padrão de refinamento, segurança e silêncio, com uma redução de 70% no nível de ruídos na cabine. A segurança foi ampliada com a introdução de travas elétricas, alarme perimetral, sistema passivo antifurto, cintos de segurança de três pontos na frente e a opção de duplo airbag.

Em 1995, a van ganhou cintos de segurança de três pontos em todos os bancos. O interior da cabine foi reestilizado, com painel inspirado no Mondeo. Em 1996, foi lançada a van de 17 lugares, com duplo airbag e freios ABS de série. No ano seguinte, a Transit começou a ser produzida na fábrica de Hai Dong, no Vietnã, e em Nanchang, na China, numa parceria da Ford com a Jiangling Motors.

Em 1998, a linha incorporou a distribuição eletrônica de frenagem e controle de tração. Pela primeira vez, a Transit, em diversas configurações, foi convertida para gás GLP. Foi introduzida a embreagem automática, que eliminou a necessidade do pedal, com sistema hidráulico e controle eletrônico.

Anos 2000
Depois de 35 anos, foi lançada a nova geração da Transit, produzida na fábrica de Genk, na Bélgica. A linha atingiu a produção de 4 milhões de unidades. Um projeto especial criou a Ford Transit Mundial de Rally, com gaiola de proteção, bancos em fibra de carbono e motor Duratorq DI 2.4, de 165 cv, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 8 segundos e chegar a 210 km/h.

Em 2001, a tecnologia da Fórmula 1 chegou à Transit com a transmissão automatizada Durashift EST. Ela uniu o conforto da transmissão automática ao desempenho e economia da transmissão manual, com botões de comando na direção. A Transit foi eleita a Van do Ano 2001 por jornalistas europeus, juntando-se a vários outros prêmios.

Em 2002, foi lançada a Transit Jumbo, com rodado duplo na traseira e peso bruto total de 4,25 t, e a Transit Connect, líder em flexibilidade de espaço, segurança e economia de manutenção. A linha venceu novamente o prêmio de Van do Ano. O motor Duratorq 2.0 TDCi, turbodiesel com injeção common-rail de segunda geração, foi introduzido na linha, com 125 cv.

Em 2003, foi lançada a versão de 2 t com tração dianteira e piso rebaixado, juntando-se ao modelo de 1 t. A Transit Connect, menor modelo da família, foi eleita Van Internacional do Ano 2003, além de colecionar vários outros prêmios. Outro pioneirismo foi a adoção de freios ABS como item de série em toda a linha.

Em 2004, a produção foi transferida de Genk, na Bélgica, para a inovadora fábrica da Ford Otosan em Kocaeli, na Turquia. Genk foi transformada para a produção flexível de automóveis grandes. A Transit já era produzida na Turquia desde 1967, mas apenas para o mercado local e outros países fora da Europa. Em 2005, a Ford Transit completou 40 anos e comemorou a produção de 5 milhões de unidades.

Em 2006 foi lançada a geração atual da Transit, com amplas mudanças no exterior e também na cabine, trazendo alavanca de câmbio no painel e novos itens de conforto. O controle eletrônico de estabilidade (ESP) tornou-se disponível para toda a linha, junto com uma nova oferta de motores, incluindo seis versões diesel e uma a gasolina, além da opção de conversão para gás.

Em 2007, a Ford introduziu a tração integral inteligente e a Transit tornou-se a única van a contar com versões de tração dianteira, traseira ou 4×4 na mesma plataforma. Novamente, foi eleita a Van do Ano de 2007.

Em 2008, foi lançada a versão com motor Duratorq 3.2 L, de 200 cv, no modelo com peso bruto total de 4,6 t. Neste ano a Transit chegou ao Brasil, nos modelos furgão curto, furgão longo e van de passageiros, trazendo um novo padrão de tecnologia e segurança para o segmento. Única a oferecer freios ABS, airbags, controle de tração, controle de estabilidade e assistência de partida em rampas como equipamentos de série, tem também o motor com maior torque da categoria, o Duratorq 2.4 L, de 31,5 kgfm.

Em 2009, com a introdução da Transit ECOnetic na Europa, a Ford deu um novo passo para a sustentabilidade nas entregas urbanas. Seu motor Duratorq 2.2 L, de 115 cv, é capaz de rodar 13,9 km/l e é o primeiro veículo comercial a atender o nível de emissões Euro V, quando equipado com filtro de partículas.

Em 2010, chega ao Brasil a Transit Chassi, uma nova opção que complementa a família Transit no País.