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Alpha Notícias: Produção de carroçarias de ônibus supera expectativa em 2012
Programa Caminho da Escola do Governo Federal representou 25% da comercialização
Texto: Assessoria de Imprensa
A indústria fabricante de carroçarias de ônibus (urbanas, rodoviárias, micros, minis e intermunicipais) termina 2012 com produção de 36.915 unidades e crescimento de 2,5%, ante as 36.053 unidades fabricadas em 2011. “O exercício que termina foi muito bom para indústria de carrocerias de ônibus, uma vez que se esperava uma produção entre 18% e 20% menor que 2011, mas em função dos planos do Governo Federal, deve encerrar com volume praticamente igual ao do ano passado, que foi o recorde da indústria de ônibus”, afirma José Antônio Fernandes Martins, Presidente do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários).
Quarto maior produtor mundial de carroçarias de ônibus, com capacidade instalada para fabricar entre 40 a 42 mil unidades, a indústria deverá comercializar no mercado doméstico 31,8 mil unidades e exportar 5.115 unidades, totalizando 36.915 unidades. Obtendo-se o resultado estimado, o setor deverá fechar o exercício com vendas domésticas praticamente iguais às registradas em 2011 (+ 0,107%) e exportações 20% maiores que no exercício passado.
Para o Presidente do SIMEFRE, o mercado doméstico continua sendo extremamente representativo para os fabricantes da área. Segundo ele, das vendas domésticas realizadas em 2012, o Programa Caminho da Escola do Governo Federal representou 25%. Conforme dados estatísticos do SIMEFRE e da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS), em 2011 a indústria produziu 36.053 unidades, das quais 31.766 foram comercializadas no mercado doméstico e 4.287 mil unidades exportadas.
Segundo Martins, o desempenho do setor em 2012 recebeu a influência direta de vários fatores positivos e negativos. Entre os pontos positivos, o executivo aponta a desoneração da folha de pagamentos, que beneficiou as empresas fabricantes de carrocerias, a partir de agosto de 2012 e atingirá as empresas operadoras, a partir de janeiro de 2013; PSI 4 (Finame) “Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que oferece 10 anos de prazo, a juros de 2,5% ao ano e representa hoje entre 80% a 85% das vendas do setor, com tendência a subir, em função dos juros de 2,5% ao ano; e o apoio relevante do BNDES para exportação.
Desempenho até outubro de 2012
A produção de carroçarias de ônibus de janeiro a outubro de 2012 alcançou 27.543 unidades, registrando queda de 5,2% ante as 29.041 unidades de igual período de 2011.
As exportações cresceram 6,5% considerando as 3.529 unidades exportadas nos primeiros dez meses deste ano, contra 3.313 do ano passado. A indústria comercializou no mercado doméstico 24.014 unidades, que representou queda de 6,7% ante as 25.718 unidades comercializadas de janeiro a outubro de 2011.
Martins aponta ainda como fatores positivos em 2012:
– PAC Mobilidade = R$ 32,6 bilhões
– Infraestrutura urbana – vias segregadas BRT (3.500 a 4.000 unidades), trens metropolitanos, metrôs, monorails
– PAC Equipamentos – 8.570 ônibus – Programa Caminho da Escola
– Caminho da Escola para pessoas com deficiência (Secretaria de Direitos Humanos) = volume total: 2.400 ônibus
– Em outubro/2012, nova licitação foi feita pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), via Pregão Eletrônico, para compra de mais de 8.000 ônibus do Programa Caminho da Escola
– Redução do preço de energia elétrica, a partir de fevereiro de 2013
“Todas essas medidas e outras contidas no Plano Brasil Maior alteraram as expectativas do setor – de um cenário de incertezas e pessimismo, passamos a um cenário de otimismo e confiança no progresso do setor”, frisa Martins.
De acordo com o Presidente do SIMEFRE, os fatores que impactaram negativamente o setor fabricante de carroçarias de ônibus e prejudicam a competição da indústria nacional foram:
– Carga tributária
– Taxa de juros elevada
– Logística deficiente
– Taxa de câmbio deveria chegar entre R$ 2,20 a R$ 2,30
– Encargos sociais muito elevados – 102%
– Nível de gratuidades no transporte de ônibus absurdo
– Falta de isenção de ICMS nas passagens como é concedido ao transporte aéreo
– Custo de energia muito alto
Perspectivas 2013
Segundo o Presidente do SIMEFRE ainda hoje é tremendamente difícil fazer estimativas produtivas e comerciais numa situação em que o mundo todo continua em crise e ninguém sabe qual será o futuro dos que estão envolvidos na zona do Euro. Tem-se sentido a pressão da crise internacional, principalmente proveniente de países como China e Rússia, que buscam espaço em mercados da América do Sul e Caribe, uma porquanto a crise internacional reduziu os mercados exportadores daqueles países. “A crise que afetou os Estados Unidos em 2008, ainda não foi totalmente resolvida, muito embora o país já mostre sinais de recuperação. Entretanto, a Zona do Euro, onde a crise se pronunciou em 2011, e se intensificou em 2012, encontra-se em situação precária e de grande instabilidade”, diz Martins.
No entender do Presidente do SIMEFRE esses dois blocos que formam os maiores mercados de consumo, tiveram suas demandas reduzidas e isso afetou a economia da China e países asiáticos, que são grandes exportadores para aqueles centros econômicos. Como consequência, China e países asiáticos começaram a buscar novos mercados e olham para América Latina e principalmente Brasil como grandes mercados, com enorme potencial de compra. “Isso logicamente afetou nossas exportações e nos deixa apreensivos para não sofrermos invasões de produtos chineses no nosso mercado. No nosso segmento, ainda não temos sofrido impactos negativos, mas em outros setores da indústria de transformação a desindustrialização é uma enorme realidade. Em 2011, o déficit comercial na balança de manufaturados atingiu US$ 92 bilhões e em 2012 talvez supere US$ 100 bilhões. O Governo Federal, para proteger nossa indústria, aumentou o Imposto de Importação de 14% para 24% de 200 produtos, visando a melhorar nossa competitividade. A nossa luta contra desindustrialização é permanente, porquanto a estrutura econômica financeira do Brasil, em comparação com China, é muito desfavorável para nós, em termos de custos, liquidando com nossa capacidade de competir”, conta Martins.
De acordo com o executivo, o mercado interno não sofreu tanto os efeitos da crise internacional, uma vez que a economia do país é sustentável (apesar do PIB de 1,5% em 2012), e a taxa de desemprego é baixa – 5,8%. Isso faz com que as pessoas se movam, viajem e façam turismo. Com as medidas do Governo Federal, a economia do Brasil deve iniciar o ano de 2013 com um novo -preparo físico- e tudo aponta para um crescimento do PIB entre 4,5% a 5%. Se nenhuma tragédia acontecer (tudo indica que não), o ano de 2013 será o melhor ano para o transporte coletivo de passageiros por ônibus, declara Martins.
Influência das Entidades: Em quase todas as medidas provenientes do Governo Federal, a FABUS e SIMEFRE tiveram participação ativa. Entre as conquistas obtidas estão: a desoneração da folha de pagamentos para fabricante e operadores; Programa Caminho da Escola; Programa PSI4 FINAME para ônibus; luta contra desindustrialização; melhoria da infraestrutura e logística e luta contra a “guerra fiscal”.
Com sede em São Paulo, a entidade é filiada à FIESP e FIERGS, engloba setores estratégicos no segmento de transporte de passageiros e carga, a saber:
– ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) – trens e metrôs.
– ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) – reboques, semirreboques, tanques, etc.
– ABRACICLO (Associação Brasileira de Ciclomotores) – veículos de duas rodas, motos, bicicletas e ciclomotores.
– FABUS (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus) – ônibus.
– ABICAMPING (Associação Brasileira da Indústria de Camping) – trailers, motor home, etc.
“Nosso sindicato movimenta pessoas e carga na superfície terrestre, com exceção do automóvel, navios e aviões. Ainda faltam muitas ações a serem implementadas. O importante, entretanto, é que hoje temos um Governo Federal liderado pela Presidenta Dilma, que ouve as empresas, toma medidas eficazes e estratégicas e que desenvolve e implanta programas que resultam no crescimento sustentável das nossas companhias. Vamos iniciar o ano de 2013, acreditando num crescimento do PIB de 4,5% e vamos trabalhar em todas as áreas, a nós correlacionadas, para que isso realmente aconteça”, finaliza Martins.