Primeira categoria no mundo com motores 100% elétricos terá dez etapas e correrá no Rio de Janeiro
Texto e Foto: Assessoria de Imprensa
O carro da Fórmula E, primeira categoria do automobilismo mundial com emissão zero de poluentes, foi lançado nesta terça-feira (10) no Salão de Frankfurt, na Alemanha. O pano que cobria o Spark-Renault SRT_01E foi retirado pelo presidente da FIA (Federação Internacional do Automóvel) Jean Todt e pelo CEO da Fórmula E, Alejandro Agag, frente a vários convidados e membros da imprensa que cobrem o Frankfurt Motor Show. Todos os testes e desenvolvimento do carro em pista foram conduzidos pelo piloto brasileiro Lucas di Grassi.
O monoposto reúne todas as características de empresas líderes em desempenho e tecnologia do automobilismo mundial como Renault, Dallara, Spark, Michelin, Hewland, Williams e McLaren. O carro foi projetado e construído pela Spark Racing Technology, liderada pelo renomado francês Frédéric Vasseur, da ART Grand Prix, e a categoria, a primeira série global de carros elétricos de competição, começa em setembro de 2014.
Usando das mais recentes tecnologias, o SRT_01E quer estender os limites do que é atualmente alcançável no esporte a motor, ao mesmo tempo garantindo equilíbrio entre custos acessíveis e sustentabilidade, tudo isso para correr em circuitos montados dentro de grandes centros urbanos, reduzindo os ruídos.
O chassis foi construído pela italiana Dallara e foi aerodinamicamente desenhado para proporcionar um alto número de ultrapassagens. Feito de fibra de carbono e alumínio, o monocoque passou em todos os testes de impacto impostos pela FIA nos padrões 2014.
A McLaren Eletronics Systems, braço do grupo McLaren International, que inclui aí a tradicional equipe de Fórmula 1, fornece o motor elétrico e os sistemas eletrônicos do carro, enquanto outra empresa líder da categoria-topo do automobilismo, a Williams, é a responsável pelas baterias e seus sistemas de gerenciamento, por meio da Williams Advanced Engineering. As baterias produzem 220 kw de potência, o equivalente a 275 cavalos de um motor a combustão – potência superior a um carro da Fórmula 3, por exemplo. O câmbio do SRT_01E é feito pela Hewland com acionamento atrás do volante e seis marchas.
Para a integração de todos os sistemas, otimização de desempenho e segurança eletrônica do trem de força está a Renault, parceira técnica da categoria, líder em veículos elétricos, com extenso know-how em esportes a motor graças a seus programas em tecnologia e em categorias de acesso e na Fórmula 1. Para segurar toda a potência e garantir o melhor desempenho e estabilidade, a Michelin é a fornecedora oficial dos pneus de 18 polegadas, especialmente criados para a Fórmula E tanto para correr em pista seca como molhada.
“Parabenizo todos os envolvidos na produção deste carro 100% elétrico. É um acontecimento fantástico. A avançada tecnologia empregada segue as melhores práticas ambientais, destacando o potencial da Fórmula E para revolucionar o desenvolvimento de novos sistemas de ecomobilidade, não só para os esportes a motor, mas também para o uso diário. Este novo campeonato se faz sob os tradicionais valores da FIA como promotora de inovação, tecnologia e desempenho no setor automotivo”, discursou o presidente da entidade, Jean Todt.
O carro, que levou 10 meses entre projeto e construção, será usado por todas as dez equipes e 20 pilotos a competir na primeira temporada da categoria. No futuro, a Fórmula E estimula os times a construir seus próprios carros para acelerar os trabalhos em pesquisa e desenvolvimento em torno dos veículos elétricos.
“Como um campeonato aberto, a categoria dá aos fabricantes a oportunidade de mostrar suas próprias inovações em energia. Muitos fabricantes que estão no Salão de Frankfurt estão mostrando seus carros elétricos mas não só como conceito, e isso demonstra como os tempos mudaram e porquê o momento é o ideal para lançarmos o FIA Formula E Championship”, afirmou Alejandro Agag, CEO da categoria.
Dinâmica
Serão produzidos pela Spark um total de 42 carros, já que cada piloto usará dois carros durante as corridas, que terão a duração de uma hora cada. “Em vez de trocar parar nos boxes para trocar a bateria, o piloto troca de carro. Vai ser uma dinâmica muito interessante de se acompanhar”, destaca Lucas di Grassi, piloto responsável pelo desenvolvimento do SRT_01E.
“A Fórmula E é uma categoria que vem para quebrar alguns paradigmas aliando performance, custo baixo e sustentabilidade. A principal razão sobre a escolha do calendário é que vamos correr somente em circuitos de rua em cidades que geralmente possuem restrições a ruídos urbanos. É o cenário ideal para que o potencial da Fórmula E seja mostrado ao mundo”, diz o piloto brasileiro, que também faz parte do programa de endurance (LMP) da equipe Audi e é o test-driver oficial da Pirelli na Fórmula 1.
O campeonato tem início daqui exatamente um ano, em setembro de 2014, e tem final previsto para junho de 2015. A temporada inaugural percorrerá dez cidades já definidas, sempre em circuitos urbanos. Embora as datas ainda não tenham sido reveladas, as cidades são Berlim, na Alemanha; Bangkok, Tailândia; Pequim, China; Buenos Aires, Argentina; Londres, Inglaterra; duas nos Estados Unidos, em Miami e Los Angeles; Putrajaya, na Malásia; Roma, na Itália; e a etapa brasileira no Rio de Janeiro.
Até o momento três equipes estão confirmadas na disputa: Drayson Racing, China Racing e a Andretti Autosport, cada uma com quatro carros (dois por piloto). A Fórmula E já tem fechado um acordo de transmissão para pelo menos 80 países com a FOX Sports, incluindo a América Latina.
O novo carro entra na pista em novembro para mais testes e simulação de corrida, sempre conduzido por Lucas di Grassi.






