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Coluna “Modelos que deixaram saudades”: Dodge Polara
No Brasil o modelo foi inicialmente batizado de Dodge 1800
Texto: Diego Juan Bergamo
A Chrysler do Brasil, que se instalou por aqui em 1967 com a aquisição da Simca(1) pela matriz norte americana , se tornou tradicionalmente uma produtora de carrões, os quais faziam frente à modelos de sucesso como Ford Galaxie e Chevrolet Opala.
Mas, a crise do petróleo fez com que a fabricante americana repensasse seus conceitos. E a solução foi aproveitar um modelo compacto, de boa vendagem na Inglaterra e Estados Unidos: o Hillman Avenger, que por aqui foi inicialmente batizado de Dodge 1800, em 1972, quando foi apresentado no 8° Salão do Automóvel brasileiro. Logo, ficou conhecido como “Dodginho”, e somente dois anos depois foi rebatizado como “Polara”.
O Dodge Polara era um fastback(2) de duas portas, motor de 4 cilindros em linha, de 1,8 L e 82 CV (depois repotencializado para 92 CV), uma aposta da Chrysler para fazer frente à modelos como VW 1600 TL, VW Passat, Ford Corcel e Chevrolet Chevette; se notarmos bem, Corcel e Chevette eram sedãs, portanto concorria mais diretamente com os dois primeiros (também fastbacks) durante o período em que foi produzido, de 1973 a 1982. Durante sua vivência no mercado brasileiro, acabou virando um “mico”, devido inicialmente aos sucessivos defeitos de fabricação oriundos da pressa em colocá-lo logo à venda. Mas, logo isso foi corrigido e o Polara caiu no gosto do brasileiro, vendendo 92.665 unidades.
Em 1979, a Volkswagen do Brasil adquiriu a Chrysler, e continuou produzindo o Dodginho até encerrar sua produção por aqui em 1982, mas continuou a ser fabricado na vizinha Argentina até 1990, sob a alcunha de VW 1500/1800 Dodge (com logo da VW e tudo na grade dianteira!), e também ganhou uma versão station wagon por lá.
(1) Simca era uma fabricante francesa de automóveis, instalada no Brasil desde 1958. Ficou muito conhecida por produzir aqui os lendários Chambord (sedã) e Jangada (station wagon).
(2) Fastback é o nome dado à carroceria de traseira com uma “caída” mais inclinada, perfazendo um ângulo de até 60° geralmente, tomando a parte traseira do carro como vértice da inclinação (hatchs e station wagons tem até, geralmente, 40°), e cujo porta malas se integra à cabine, mas abre somente uma “escotilha” para seu acesso, ou seja, a sua porta não tem o vidro traseiro montado nela, assim como acontece em modelos hatchback e station wagon. No mercado nacional, tivemos representantes nesse segmento, como o VW 1600 TL, VW Passat, Ford Corcel II, e, claro, o Dodge Polara.