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Trânsito é a maior causa de morte no país

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Nova lei seca reduz mortes no trânsito que ainda superam as provocadas por doenças crônicas
Texto: Assessoria de Imprensa
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que o arrocho da lei seca reduziu em 17% as mortes por acidentes de trânsito na cidade de São Paulo e em 9,7% no estado, entre janeiro e novembro de 2013.
Mesmo diante da clara evidência de que trafegar livre do efeito do álcool é mais seguro, ainda é cedo para comemorar. Isso porque, o ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária) alerta que em 2013 as indenizações por invalidez cobertas em todo o país pelo Dpvat (seguro obrigatório) cresceram 36%.
Além disso, pesquisa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) mostra que nos últimos 3 anos o trânsito respondeu por 5 mortes a cada hora no Brasil, superando todas as doenças crônicas. No mesmo período, a mortalidade relacionada ao trânsito em algumas cidades do interior de São Paulo, como Campinas e Sorocaba, ficou acima da média nacional de 22,5 mortos a cada 100 mil habitantes. A mesma pesquisa mostra que Jundiaí atingiu a taxa de 33,2 em cada 100 mil.
Visão pode causar erro humano
“Nove em cada 10 acidentes são causados por erro humano e poderiam ser evitados”, afirma o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em Medicina do Trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do tráfego).
Algumas falhas, como por exemplo, fazer ultrapassagem perigosa apontada como a mais recorrente nas estradas, desrespeitar a sinalização ou até mesmo andar colado no carro da frente podem estar relacionadas a problemas de visão não corrigidos. O envelhecimento da população brasileira torna a catarata, doença que opacifica o cristalino uma importante causa de falhas na condução.
Queiroz Neto explica que no trânsito a catarata faz o motorista ter reflexos mais lentos, piora a visão de contraste e de profundidade, aumenta a fotofobia e dificulta a recuperação ao ofuscamento dos faróis. Estas alterações aumentam em 2,5 vezes o risco de acidentes segundo estudos internacionais. “Se o motorista resolver falar no celular ou enviar um torpedo enquanto dirige, vai trafegar literalmente às cegas”, afirma. Isso porque, um estudo americano mostra que  o celular reduz a concentração no mesmo nível que a bebida alcoólica.
Alteração visual passa despercebida
Dados do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) mostram que o Brasil tem hoje 12 milhões de motoristas com mais de 60 anos. Significa que nesta parcela da população a maioria pode ter catarata. Isso porque, a doença surge a partir dos 55 anos  e tem incidência maior quanto mais avançada é a idade.
O problema é que no início da doença as alterações visuais passam despercebidas para cerca de metade das pessoas. Por isso, muitos motoristas só descobrem que estão com catarata quando são reprovados no exame da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Segundo o oftalmologista, a estimativa é de que no Brasil quase metade dos portadores de catarata, 47%, ficam cegos por falta de acesso ao atendimento médico ou porque têm medo de operar.
A boa notícia é que o maior avanço da Oftalmologia em 2013 aconteceu na cirurgia de catarata. O procedimento agora pode ser feito inteiramente a laser e por isso se tornou mais seguro e preciso. A recomendação é fazer um exame oftalmológico a cada 2 anos após os 55 anos para não correr risco no trânsito. “Nossa interação com o meio ambiente depende em 85% da visão. Por isso, é o sentido mais importante para prevenir acidentes.