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Alpha Notícias: Vendas de pneus de carga registra queda no ano

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Balanço setorial de janeiro a agosto aponta retração de 17,3%
Texto: Assessoria de Imprensa

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, informa que, segundo o balanço setorial de janeiro a agosto de 2015, o volume de vendas de pneus de carga caiu -17,3% em relação ao mesmo período no ano passado. Considerando-se como medida as toneladas de pneus de carga vendidos, a queda chega a -22,4%.

“É uma categoria que acompanha o PIB, o ritmo industrial e o crescimento do país, portanto a queda expressiva na venda de pneus de carga é um sintoma da crise econômica em que o país está mergulhado”, destaca Alberto Mayer, Presidente da ANIP.

As exportações de pneus e as vendas para as montadoras também caíram entre janeiro e agosto de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado de exportação retraiu -9,7% no período e as compras no setor automotivo, -19,4%, em volume de pneus. As vendas de pneus para montadoras reduziram em todas as categorias, especialmente as de carga (-46,8%), duas rodas (-19,1%) e pneus de carro de passeio (-15,6%).

Segundo Mayer, a indústria não tem benefícios com a valorização cambial, uma vez que grande parte dos insumos utilizados na produção dos pneus no Brasil é importada. “O país não é autossuficiente em borracha, por exemplo, por isso é necessário trazer de fora, e, ainda, há uma tributação excessiva sobre insumos sem similar nacional e sobre outros cuja importação é necessária, solapando a competitividade do setor e inflacionando o produto nacional”, pontua o Presidente.

A necessidade de adoção de políticas que aumentem a competitividade do setor de pneus levou a ANIP a lançar, este ano, o documento Livro Branco da Indústria de Pneusque contém propostas para alavancar o crescimento do setor, como a redução do custo logístico, desoneração do processo de logística reversa, melhor acesso a insumos essenciais para a produção de pneus, estímulos à exportação, implantação de margem de preferência para a indústria nacional nas compras públicas, entre outras. O documento está disponível no site da ANIP.

Balança comercial

O balanço do setor de pneus entre janeiro e agosto de 2015 revela ainda que a indústria de pneus tem contribuído positivamente para a balança comercial brasileira. No período avaliado, o setor promoveu um superávit de US$ 460,78 milhões, com um saldo de 4,078 milhões de unidades de pneus (exportações menos importações). Importante ressaltar que este saldo vem caindo ao longo dos anos. Em 2005, o saldo foi de 13,9 milhões de unidades de pneus; em 2011, 11,3 milhões; e em 2014, 5,4 milhões. 

“Há um esforço para se aumentar a exportação de pneus, porém a concorrência global é forte e o nosso produto enfrenta restrições tributárias, logísticas e operacionais que limitam a sua competitividade no exterior. Prova disso é a redução no saldo da balança comercial, que saiu de quase 14 milhões de unidades em 2005 para 5,4 milhões em 2014. Estamos muito distantes daquele patamar, infelizmente”, destaca Mayer.

Segundo o balanço da ANIP, a produção total de pneus cresceu 3,3% entre janeiro e agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 47,65 milhões de unidades produzidas no período. Isso se deve particularmente à maior demanda por pneus de carro de passeio para abastecer o mercado de reposição, que cresceu 16,9% em relação aos primeiros oito meses de 2014.

Reciclagem de pneus

A Reciclanip, entidade da indústria nacional de pneumáticos responsável pela coleta e destinação de pneus inservíveis, realizou a destinação ambientalmente correta de 314 mil toneladas de pneus entre janeiro e agosto de 2015, o que equivale a 62,8 milhões de unidades de pneus de passeio. Desde 1999, quando o programa foi criado, até hoje, os fabricantes de pneus já investiram R$ 777,4 milhões na Reciclanip e no seu processo de logística reversa de pneus. “A previsão de investimento para 2015 é de R$ 105 milhões, valor superior ao do ano passado. Esses recursos são utilizados para os gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos de destinações. Temos hoje mais de 800 pontos de coleta e uma média de 90 caminhões transitando diariamente, o ano todo. Toda essa complexa operação logística é comandada pela Reciclanip”, explica Mayer, presidente da ANIP e da Reciclanip.