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Coluna “Mecânica Online”: Seu próximo carro será automático

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Tarcisio Dias* 

Pronto! A sua coluna Mecânica Online® resolveu apostar em acertar o futuro. Não é bem assim, mas essa é a tendência prevista para o mercado brasileiro em 2020, quando cerca de 60% dos carros vendidos no utilizarão transmissão automática, a verdadeira, com conversor de torque. 

Antes somente encontrada em carros Premium, a transmissão automática que até 2017 equipava 40% dos veículos vendidos, promete esse aumento de 50% nas vendas nos próximos três anos. 

O consumidor brasileiro curte automóvel, mas gosta principalmente de veículos eficientes no consumo de combustível, conforto e preço acessível. Com o oferecimento de transmissões automatizadas, o consumidor teve seu primeiro contato com um modo “automático” de conduzir o veículo. 

O conforto em descansar o pé esquerdo, em não ter que acionar a embreagem, permitiu conhecer uma forma de condução mais tranquila e confortável. Com preço mais acessível que uma versão automática, a versão automatizada parecia ser o elo perfeito entre a transmissão mecânica e a automática. 

Parecia, pois seu funcionamento resultava em trancos ao mudar de marcha, aumento excessivo de giro do motor, consumo elevado de combustível e manutenção mais cara, complicou a imagem das transmissões automatizadas. 

Agora o mercado encontra uma nova realidade. Observamos pela primeira vez que veículos como o Ford Ka e Volkswagen Gol passam a oferecer a opção de transmissão automática, aproximando o consumidor de uma condução confortável e com preço acessível quando comparada com a versão com transmissão mecânica. 

Na última semana observamos dois importantes lançamentos que prometem impulsionar a venda de veículos com transmissão automática. 

O Ford Ka hatch SE 1.5 com transmissão automática tem preço de fábrica de R$ 56.490, sendo R$ 4.500 a mais que a mesma versão com transmissão manual. 

No caso do Volkswagen Gol e Voyage essa diferença é ainda menor. Os preços começam em R$ 54.580 no hatch (diferença de R$ 3.540 para o manual) e R$ 59.990 no sedã (diferença de R$ 3.170). 

Entre as opções mais acessíveis no mercado, temos na briga com o Ka (1.5 litro), Gol e Voyage (1.6 litro) o Chevrolet Onix 1.4 LT AT (R$ 54.790), Toyota Etios X 1.3 AT – automático com transmissão de quatro velocidades (R$ 53.810) e o Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 AT (R$ 58.950). 

Com essa diferença cada vez menor entre o preço da versão com transmissão manual e a versão automática, o consumidor não vai deixar de lado o conforto e a eficiência energética que a transmissão automática oferece. 

Diferente das transmissões automatizadas que foram recentemente oferecidas no mercado como a iMotion, Dualogic, GSR, EasyR, entre outras, na transmissão automática temos o funcionamento de forma hidráulica, usando um conversor de torque e um conjunto de diferentes engrenagens planetárias, concentradas em uma única peça, engatadas entre si que permitem a troca de marchas, sem a interrupção da transmissão de potência do motor. 

Para que o sistema funcione, existe um componente chamado de conversor de torque, que faz a função de embreagem. Este item faz um acoplamento hidráulico que permite que o motor gire de forma independente da transmissão. 

Assim, se o motor girar mais lentamente, a quantidade de torque que passa pelo conversor é menor. Se o motorista acelera, o motor bombeia mais fluido para dentro do conversor de torque, o que faz com que essa força seja transmitida às rodas. 

As transmissões automáticas atuais são controladas por sistemas eletrônicos, que comandam as trocas de marcha dependendo da velocidade do veículo, carga e rotação do motor. 

Eventualmente uma mesma transmissão automática se comporta de forma totalmente diferente dependendo de qual montadora efetuou a calibração (regulagem eletrônica) dela no veículo. 

Podemos também observar que alguns modelos oferecem modos de condução econômico ou esportivo, por exemplo, o que nada mais são do que opções de regulagem dos pontos e troca feitas eletronicamente. 

Um recurso utilizado para minimizar o consumo é o aumento do número de marchas. Hoje é muito comum veículos automáticos com 6, 7, e 8 marchas. Devido à maior complexidade interna, pode ter uma manutenção mais cara e realizada somente em oficinas especializadas. 

*Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, desenvolve o site Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) que apresenta o único centro de treinamento online sobre mecânica na internet (www.cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes. 

Coluna Mecânica Online® – Aborda aspectos de manutenção, tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na categoria internet do 7º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Distribuída gratuitamente todos os dias 10, 20 e 30 do mês. http://mecanicaonline.com.br/wordpress/category/colunistas/tarcisio_dias/.