Alpha Notícias: Fiat Chrysler Automobiles confirma fábrica de motores turbo no Brasil
Serão investidos R$500 milhões e mais de 1.200 empregos serão gerados na nova unidade
A Fiat Chrysler Automobiles – FCA confirmou que o Polo Automotivo Fiat vai contar com uma nova fábrica de motores GSE Turbo. A nova família de motores turbo a serem produzidos em Betim, os GSE T3, T4 e o novíssimo E4, de patente desenvolvida no Brasil, com inovadora tecnologia turbo voltada apenas à combustão de etanol, terá papel fundamental na expansão e diversificação da gama de veículos do grupo na região.
“Os sólidos resultados apresentados pela América Latina nos últimos trimestres, o potencial de crescimento do nosso mercado e, em especial, a versatilidade e alta qualificação da mão-de-obra brasileira foram fatores fundamentais para trazer esse investimento ao Brasil, que disputava com outros países a possibilidade de receber a nova fábrica de motores turbo”, comenta Antonio Filosa, presidente/COO do grupo para a América Latina.
A FCA e seus fornecedores vão investir R$ 500 milhões para instalar a nova unidade de motores e para dotar os novos propulsores de capacidade flex, operando simultaneamente com etanol e gasolina. Ela vai gerar cerca de 1.200 empregos adicionais e transformará Betim no maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir de 2020 – data de início da produção dos turbos. A nova unidade partirá com capacidade de produzir 100 mil propulsores turbolimentados por ano, mas já nasce predisposta à expansão da produção.
Os novos investimentos ampliam também a capacidade exportadora do Polo Automotivo Fiat, que já tem contratado o embarque de mais de 400 mil motores até 2022. O destino inclui vários mercados, principalmente o europeu.
Motores
A nova planta produzirá os motores GSE Turbo de três e quatro cilindros, batizados de T3 e T4, que se destinam a equipar o topo da gama de veículos atual e futura da FCA.
Estes propulsores vêm completar a família Firefly, que foi lançada mundialmente em 2016 a partir de Betim. Os motores T3 e T4 têm as mesmas cilindradas dos motores Firefly N3 e N4, mas ganham ainda mais versatilidade e potência graças à sobrealimentação. Foram introduzidas novas tecnologias para garantir desempenho e consumo de combustível alinhados com as expectativas de mercado, já atendendo às mais exigentes normas de emissões que serão adotadas a partir da próxima década.
Os novos motores combinam mais desempenho com menor consumo. Suas principais características são:
* Bloco de alumínio com alta rigidez estrutural;
* Câmara de combustão com 4 válvulas por cilindro, alinhado com a exigência do sistema turboalimentado;
* Injeção direta de combustível;
* Sistema MultiAir de última geração, com controle eletrônico das válvulas de admissão;
* Coletor de descarga integrado ao cabeçote;
* Sistema de arrefecimento misto água/ar integrado no coletor de admissão para refrigerar o ar aspirado;
* Bomba de óleo a cilindrada variável;
* Turbo controlado eletronicamente.
Os motores a serem produzidos em Betim ganharão ainda mais tecnologia e capacidade flex: serão capazes de queimar etanol e gasolina, separados ou misturados em qualquer proporção, além da compatibilidade de materiais de alguns componentes aos combustíveis latino-americanos, como por exemplo os injetores, válvulas e sedes de válvulas e anéis.
“Todo o trabalho de desenvolvimento desses novos materiais e componentes, bem como a capacidade de trabalhar com etanol e gasolina, já estão em andamento para que os novos propulsores cheguem ao mercado até o final de 2020, equipando modelos da FCA”, explica Aldo Marangoni, diretor de Powertrain da FCA para a América Latina.
Com a chegada dos motores GSE Turbo, a FCA passa a ter uma das maiores gamas de propulsores na América Latina. Em Betim (MG) são produzidos os motores Fire 1.0 flex e 1.4 gasolina e flex, Firefly 1.0 flex e 1.3 gasolina e flex, além danova família GSE Turbo, flex e gasolina. A planta de Campo Largo (PR) vai continuar a produzir os motores E.torQ 1.6 (gasolina, exportação) e 1.8, nas configurações gasolina e flex.
Motor turbo E4
A Engenharia de Powertrain da FCA na América Latina é uma das maiores especialistas em propulsores flex do mundo. Não se trata apenas de calibrações ou de ajustes em motores importados, mas de toda uma cadeia de engenharia de desenvolvimento.
A chegada dos novos motores GSE Turbo será a base para acelerar o desenvolvimento de um revolucionário propulsor, por enquanto chamado de E4, que irá elevar os motores a etanol a um outro patamar de aproveitamento energético. Trata-se de um motor concebido para uso otimizado do etanol, baseado na arquitetura do T4. O objetivo é reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente, para obter um motor de alta eficiência energética e baixo impacto ambiental. A FCA está utilizando tecnologias muito inovadoras nesse projeto, algumas das quais desenvolvidas em Betim.
O emprego do etanol na matriz energética da propulsão é uma vantagem comparativa do Brasil, que conta com tecnologia e condições climáticas para a produção competitiva do etanol a partir da cana-de-açúcar, além de estrutura altamente eficiente de distribuição do combustível. O etanol é uma alternativa compatível com os objetivos de redução das emissões de CO¿ da frota, já que a maior parte deste gás emitido para a atmosfera no processo de combustão do motor é capturado de volta pelas folhas da cana-de-açúcar através do processo de fotossíntese, contribuindo para redução das emissões dos gases de efeito estufa.

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