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“Campanha contra etanol brasileiro é baseada em informações erradas”, diz ministro

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A declaração foi feita durante Seminário Exportação e Logística do Etanol – Caminhos para a Consolidação da Liderança Global, realizado em São Paulo

Fonte: Valmir Zambrano

Os países ricos promovem uma campanha difamatória contra o álcool combustível brasileiro baseada em informações erradas. A afirmação é de André Correia do Lago, ministro do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores. “Nos países desenvolvidos, a estratégia é a de difundir informações erradas e inverídicas sobre o nosso etanol para dificultar a aceitação de nosso produto lá fora”, diz ele. O ministro deu sua declaração como palestrante do Seminário Exportação e Logística do Etanol – Caminhos para a Consolidação da Liderança Global.

Segundo Correia do Lago, quase todo o conteúdo publicado pela mídia dos países ricos tem viés negativo para o etanol brasileiro, com o objetivo de criar resistências ao produto brasileiro frente à opinião pública. O ministro cita o argumento defendido por autoridades européias de que as plantações de cana-de-açúcar para produção de etanol estão tomando o lugar das lavouras de alimentos. Segundo essa tese, o crescimento das lavouras de cana levaria milhões de pessoas a passar fome no mundo. “Esse é o tipo de ideia mal intencionada. Hoje, de toda a área própria para lavoura no mundo, só 1% tem cana. Como se pode fazer uma previsão tão irrealista como essa? A única explicação é o protecionismo”, afirma o ministro.

Para Eduardo Leão de Souza, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o protecionismo tem a face das informações falsas e também a das medidas oficiais dos países ricos, sempre carregadas de barreiras ao etanol brasileiro. Souza lembra que o ano de 2010 criará uma grande oportunidade para o Brasil exportar álcool para a União Europeia, uma vez que entrará em vigor uma norma que obriga a distribuição de diesel com 10% de etanol nos países que compõem a UE.

Souza afirma, porém, que as empresas candidatas a fornecedoras de etanol à União Europeia terão de ser certificadas, mas que os critérios para a certificação estão indefinidos. “Nossa preocupação é que a UE crie um conjunto de normas impossíveis de serem cumpridas para se obter a certificação. Já vimos esse filme antes, com barreiras que não são tarifas, mas sim exigências em excesso. É o mesmo tipo de dificuldade criada contra a carne brasileira no exterior”, disse Souza em sua palestra no seminário.

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O chefe da delegação da Comissão Europeia no Brasil, João José Soares Pacheco, discorda do governo e dos empresários brasileiros que reclamam de protecionismo. Em sua palestra no seminário, ele assegurou que as regras para se exportar para os europeus são claras. Em primeiro, diz ele, quem quer exportar para a Europa também precisa abrir seus mercados para os europeus. A outra exigência apontada por Pacheco é de ordem ambiental. “Se para plantar cana-de-açúcar for preciso derrubar a Amazônia e o Pantanal, então o etanol dessa cana não entra na Europa”, afirma Pacheco.

O Seminário Exportação e Logística do Etanol – Caminhos para a Consolidação da Liderança Global é uma realização da revista eletrônica Opera Mundi, com a organização da Entrelinhas Agência de Comunicação.