O projeto foi desenvolvido em apenas quatro meses e já obteve resultados bem animadores

Texto: imprensa Instituto Mauá

Desde que o mundo começou a dar alertas do seu esgotamento ambiental, muitos engenheiros e cientistas têm buscado soluções e se empenhado no desenvolvimento de tecnologias verdes para tentar contornar o problema. Um exemplo dessas soluções é a utilização do hidrogênio como célula de combustível em automóveis. Apesar dessa tecnologia ser relativamente nova, alguns países já saíram na frente e estão comercializando alguns modelos de veículos.

Entretanto, no Brasil, esse tipo de tecnologia vem crescendo aos poucos e somente no campo das pesquisas. Recentemente, o Instituto Mauá de Tecnologia e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN uniram esforços e deram um salto, provando que é possível um trabalho com esse âmbito no país do etanol. Em apenas quatro meses, os dois institutos desenvolveram um protótipo movido a hidrogênio, com resultados bem significativos.

De acordo com um dos docentes envolvidos no projeto e professor de Engenharia Mecânica da Mauá, Éd Claudio Bordinassi, existem diversas instituições interessadas nesse tipo de estudo e um dos principais objetivos do projeto é demonstrar que é possível desenvolver essa tecnologia no Brasil. “Queremos motivar outras instituições a investirem em pesquisas e no desenvolvimento de projetos nessa área”, diz. A iniciativa tem ainda outro objetivo, o de participar, no exterior, de competições estudantis que envolvam veículos híbridos, já que no Brasil não existem disputas desse tipo.

A ideia do protótipo surgiu nas duas instituições e começou a ser trabalhada em conjunto desde o início do ano. O IPEN, por intermédio do mestrando Flávio Seiji Masuda e de seu orientador professor Egberto Gomes Franco, forneceu a célula de combustível a hidrogênio e seu controle, e a Mauá, por sua vez, contribuiu com o carro, o motor elétrico, as interfaces eletroeletrônicas e envolveu alguns de seus alunos, que estão trabalhando no protótipo.

Conforme explica outro docente da Mauá também envolvido no projeto, professor Sergio Ribeiro Augusto, o carro híbrido funciona da seguinte maneira: por meio de uma reação química, o hidrogênio como célula de combustível gera uma corrente elétrica que aciona o motor elétrico do carro. “Além de ser uma tecnologia amiga da natureza, pois não emite gases poluentes, que contribuem com o efeito estufa, o rendimento da célula é altamente satisfatório, atingindo por volta de 70%, contra 35% de um motor a combustão”, explica o professor Sergio.

Testes e planos – Apesar do pouco tempo de existência o projeto já passou por alguns testes laboratoriais e práticos e, segundo Éd Claudio Bordinassi, “mesmo com a baixa potência da célula, os resultados foram bem animadores, pois além do protótipo movimentar-se, a célula funcionou de forma adequada”. Agora, os criadores do projeto querem dar mais velocidade ao carrinho, fazendo uma alteração eletrônica para aumentar a tensão de saída da célula.

Todo esse esforço conjunto também conta com uma outra motivação: as duas instituições pretendem reunir suas experiências adquiridas durante o desenvolvimento desse protótipo híbrido, para desenvolver uma célula de combustível que possa ser totalmente produzida no Brasil, em nível industrial.

Sobre o Instituto Mauá de Tecnologia – IMT

O Instituto Mauá de Tecnologia – IMT é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é promover o ensino técnico-científico, visando a formação de recursos humanos altamente qualificados, que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico do País. Fundado em dezembro de 1961, o IMT, com campi em São Paulo e São Caetano do Sul, mantém duas unidades: Centro Universitário e Centro de Pesquisas.

O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design do Produto e Engenharia, além de cursos superiores de tecnologia em Gestão Ambiental e em Gestão da Tecnologia da Informação. Na pós-graduação são oferecidos cursos de aperfeiçoamento, especialização e MBA nas áreas de Administração, Gestão e Engenharia e é desenvolvido programa de Mestrado em processos químicos e bioquímicos.

O Centro de Pesquisas dispõe de um quadro de técnicos e engenheiros e, há mais de 40 anos, desenvolve tecnologia para atendimento de necessidades da indústria, além de proporcionar estágios aos alunos do Centro Universitário, que assim complementam sua formação profissional.