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Coluna “Fernando Calmon”: Vendas em maio ainda pouco afetadas pela catástrofe gaúcha

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Coluna "Fernando Calmon": Vendas em maio ainda pouco afetadas pela catástrofe gaúcha

Embora haja grande preocupação com as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul que comprometeram tanto a frota estadual quanto as vendas, há esperança de alguma recuperação ao longo do ano. A comercialização em maio foi prejudicada por um dia útil a menos e também pela tragédia gaúcha cujo mercado representa cerca de 4% do total. Na soma de automóveis e comerciais leves as 183.214 unidades vendidas em maio foram 12% menores que em abril. Os números também refletiram a greve (já encerrada) na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), pois cerca de 15.000 unidades deixaram de ser produzidas no mês passado.

A comercialização em maio foi prejudicada por um dia útil a menos e também pela tragédia gaúcha cujo mercado representa cerca de 4% do total

Para José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, “as condições favoráveis do crédito mantiveram o mercado aquecido no restante do País, tanto em maio quanto no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, fazendo o cenário continuar em viés positivo. Ainda é cedo para analisar o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre as vendas anuais”. Em 2024 a comercialização total que inclui caminhões e ônibus soma 929.550 unidades, resultado 15% maior que o mesmo período de 2023.

Aparece também na avaliação do consultor Marcelo Cavalcante a queda brusca de 23% nas vendas de veículos elétricos a bateria (VEB). Em maio foram emplacadas 5.170 unidades contra 6.700 em abril. Híbridos plenos (menos 3,3%) e micro-híbridos (menos 3,4%) também recuaram. Apenas híbridos plugáveis tiveram o modesto crescimento de 2,9%.

Entretanto, em pesquisa recente do site Webmotors, considerando que 83% dos 3.000 respondentes do levantamento revelaram disposição de adquirir ou trocar de carro neste ano, a intenção de compra de elétricos se mantém em alta. Comparada ao primeiro semestre de 2023, passou de 1,6% para 7%. A preferência continua pelos híbridos, que subiriam de 8,4% para 11%.

O intento, porém, pode mudar, por exemplo, na direção de micro-híbridos. Estes começam a chegar com força no próximo semestre por meio de produção nacional da Fiat com a vantagem de preço bem menor que um VEB. A BYD que puxou para baixo as vendas de VEBs e híbridos no mês passado, deve voltar a acelerar. Todavia, a marca chinesa reviu sua meta de 120.000 unidades (elétricos e híbridos), em 2024, para 100.000.

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Europa mantém ritmo morno de avanço dos VEBs

Estatísticas na Europa não são tão ágeis como no Brasil e só agora saíram resultados de abril. Confirma-se, pelo segundo mês consecutivo, o esfriamento da venda de elétricos por lá. Segundo a consultoria internacional JATO Dynamics, a participação de VEBs nos 28 países do continente europeu subiu de 13,1% em abril de 2023 para apenas 13,4% no mês passado. Isso denota uma forte desaceleração, atribuída ao fim dos incentivos fiscais, à lenta expansão da rede de recarga e a uma esperança de que os preços diminuam mais rapidamente.

Há expectativa de que depois da eleição do Parlamento Europeu (PE), de 6 a 9 de junho, a taxação sobre elétricos vindos da China suba dos atuais 10% para até 30%. Também é possível forçar a criação de centros de desenvolvimento (inclusive de baterias) e de se abrirem fábricas no continente, o que vendo sendo sondado por algumas marcas chinesas. O movimento do PE deverá ser suave a fim de evitar atritos comerciais. Em abril, VEBs chineses continuaram a crescer e detêm 6,6% de participação na Europa.

Há também uma onda na Grã-Bretanha de furtos de cabos de carregadores públicos para venda do cobre no mercado que está escandalizando os ingleses. No Brasil o alvo é a rede elétrica aérea e até subterrânea, mas há relatos de vandalismo e furtos em postos públicos de recarga.

Marcas japonesas manipulam dados e são punidas

O governo do Japão acusou cinco marcas locais de desvios técnicos de testes manipulados na homologação de segurança e consumo de combustível. A certificação de vários modelos Toyota, Honda, Mazda, Suzuki e Yamaha desobedeceu aos padrões, em certos casos desde 2014. O governo também ordenou que produtos afetados e ainda em produção não fossem comercializados ou exportados até a certificação ser refeita.

O maior fabricante mundial de veículos apresentou pedido de desculpas. Akio Toyoda, presidente do Conselho de Administração da companhia e neto do fundador da Toyota, foi portador da mensagem em pessoa, durante entrevista à imprensa. Três produtos fabricados no Japão em 2014, 2015 e 2020 já tinham sido descontinuados. Segundo a agência noticiosa Reuters, ações da empresa na bolsa de valores caíram 1,8%. No caso da Mazda, recuaram 3,3%.

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Quanto à Honda, admitiu irregularidades em testes de potência e ruído em 24 modelos durante oito anos, até outubro de 2017, mas todos saíram de linha.

Apenas alguns dias antes, Mazda, Subaru e Toyota anunciaram um plano de desenvolverem em conjunto novos motores a combustão de dimensões compactas, híbridos e compatíveis com combustíveis de baixa ou nula pegada de carbono. Poderão utilizar hidrogênio líquido, combustível sintético ou biocombustíveis (a exemplo do etanol) e conviver com modelos elétricos.

911 Carrera GTS destaca-se na linhagem Porsche

O preço, claro, está bem longe de caber no bolso da grande maioria de quem senta ao volante: R$ 1,055 milhão (fora opcionais). Isso, no entanto, povoa o sonho de entusiastas ao redor do mundo e não seria diferente no Brasil. O Carrera GTS pode vir com vários dos equipamentos dos 911 Turbo e Turbo S, menos obviamente o motor mais potente e de maior torque de toda a linha (580 cv e 76,4 kgf·m). O GTS se contenta com “apenas” 480 cv e 58,1 kgf·m do mesmo biturbo de 3,7 litros e 6 cilindros horizontais opostos três a três.

Entretanto, sua aceleração de 0 a 100 km/h em declarados 3,4 s deixa para trás não apenas automóveis comuns, porém a maioria de tudo que se move sobre quatro rodas, inclusive outros carros esporte. O motor posicionado atrás do eixo traseiro é herança imutável desde que a marca foi fundada em 1948. Um arranjo único no mercado e mesmo assim apresenta comportamento em curvas excelente, perdendo apenas nesse quesito para a configuração de motor central-traseiro de alguns carros superesportes atuais. Mas, acredite, é por bem pouco, após rodar em ruas e estrada por uma semana.

Conjunto de rodas e pneus é o mesmo do Turbo S, de 20 e 21 pol. frente e traseira, respectivamente, porém nada chama mais atenção do que a imensa asa traseira opcional pintada de preto. No interior, há o refinamento típico da marca alemã com materiais de acabamento de alto nível, além do interruptor de ignição/partida acionado pela mão esquerda no painel como todo Porsche. Há também o botão giratório acoplado ao raio do volante para mudar o modo de desempenho, mas isso vem direto da F-1 e adotado pelos Ferrari de rua com seu “manettino” (alavanquinha, em português) desde o F430, de 2004.

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Por último, mas não menos importante, devo ressaltar precisão de direção, incrível potência de frenagem e resistência à perda de eficiência dos freios de qualquer Porsche, este último um reconhecido ponto de honra dos produtos criados em Stuttgart. O primeiro 911 GTS híbrido chegará aqui no primeiro semestre de 2025.