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GWM traz ao Brasil seu primeiro caminhão movido a hidrogênio

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A chegada do primeiro caminhão movido a hidrogênio da GWM Hydrogen powered by FTXT ao Brasil marca o início de uma nova fase nos esforços da montadora para desenvolver soluções de transporte pesado com emissão zero. O veículo desembarcou no Porto de Santos (SP) e seguiu para a fábrica da empresa em Iracemápolis (SP), onde passará por inspeções técnicas antes de iniciar os testes de rodagem.

Veículo será testado em parceria com universidades e centros de pesquisa antes de entrar em operação comercial

“A chegada deste caminhão representa mais do que um marco tecnológico: é o início da construção de um ecossistema de hidrogênio no Brasil, com parcerias estratégicas e soluções adaptadas à nossa realidade”, afirma Davi Lopes, Head da GWM Hydrogen-FTXT Brasil. A iniciativa integra o plano global da companhia de neutralizar suas emissões de carbono até 2045 e está alinhada ao Programa MOVER, do Governo Federal.

Durante o mês de agosto, a equipe de engenharia da GWM, em colaboração com especialistas da China, dará início à verificação da integridade e desempenho da bateria elétrica. O caminhão possui uma bateria de 105 kWh e cilindros com capacidade para 40 quilos de hidrogênio, que alimentam as células a combustível. O sistema também permite recuperação de energia em desacelerações e frenagens.

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“Veículos com célula a combustível são, na essência, elétricos. Eles trabalham em conjunto com a bateria para garantir mais desempenho, segurança e autonomia. Por isso, antes de entrar em operação, passam por validações específicas da bateria e, na sequência, pelos testes da célula a combustível — que utiliza hidrogênio como vetor energético. A reação com o oxigênio gera eletricidade e, como subproduto, apenas água (H₂O)”, explica Lopes.

Os primeiros testes com o sistema de hidrogênio estão previstos para setembro, em parceria com universidades brasileiras, incluindo a Universidade de São Paulo (USP), que já possui infraestrutura para abastecimento a partir do etanol. Essa tecnologia foi desenvolvida no Brasil para produzir hidrogênio de baixo carbono.

GWM traz ao Brasil seu primeiro caminhão movido a hidrogênio

“Estamos falando de uma tecnologia que une o melhor dos dois mundos: a robustez de um caminhão elétrico e a autonomia proporcionada pelo hidrogênio verde, com um processo de abastecimento rápido e zero emissões do tanque à roda”, destaca Lopes. Inicialmente, os testes terão caráter de pesquisa e desenvolvimento, com foco na transferência de conhecimento para equipes locais e colaboração com centros acadêmicos.

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Antes de circular em vias públicas, o caminhão será avaliado em pistas de prova no interior de São Paulo. A operação começará sem carga e evoluirá para condições reais de transporte. O objetivo é coletar dados sobre hábitos de condução no Brasil e entender como fatores como temperatura, altitude e tipo de pavimento influenciam a eficiência do sistema.

Mais de 30 mil unidades semelhantes já operam na China, mas esta é a primeira em território brasileiro. Após a fase inicial, o veículo será testado com diferentes fontes de hidrogênio, como o eletrolítico e o derivado da reforma do etanol. Em seguida, será realizada uma análise econômico-financeira para avaliar a viabilidade comercial da tecnologia no país.

O projeto é resultado de um memorando de entendimento assinado com o Governo do Estado de São Paulo em 2023. Em 2024, a GWM mapeou cinco projetos com infraestrutura avançada de abastecimento. Em novembro do mesmo ano, firmou acordo com o Governo de Minas Gerais e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) para desenvolver caminhões movidos a hidrogênio verde.

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“Este projeto é a prova de que a transição energética no transporte pesado é possível, desde que haja cooperação entre indústria, academia e governo. E é exatamente isso que estamos fazendo”, completa Lopes.

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