A relação entre motorista e veículo começa no volante. É por meio dele que se percebe a resposta das rodas ao contato com o asfalto, permitindo uma condução precisa. Quando esse elo apresenta desalinhamento, surgem sinais que vão além do desconforto: há riscos à segurança e ao funcionamento adequado de diversos componentes do automóvel.

Problema comum nas ruas brasileiras pode gerar danos e comprometer a segurança

Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da DRiV, alerta que o desalinhamento do volante pode indicar falhas no sistema de direção ou suspensão. “Mesmo que o carro não puxe para os lados, um volante desalinhado pode ser sinal de que o alinhamento das rodas está incorreto”, afirma. O problema é identificado visualmente, quando o condutor precisa manter o volante levemente virado para seguir em linha reta, ou pela sensação de que o veículo “puxa” para um dos lados.

O desalinhamento pode ter origem em impactos com buracos ou guias, comuns nas vias urbanas e rodovias brasileiras. Segundo Caretta, o motorista muitas vezes ignora a situação por considerá-la corriqueira. “Por parecer uma situação de pouca importância, muitos continuam dirigindo normalmente. O problema, quando ignorado, tende a se agravar”, explica.

A consequência direta é o esforço adicional sobre peças da suspensão, como terminais de direção, buchas e pivôs, que passam a sofrer desgaste prematuro. Outros componentes, como amortecedores, caixa de direção e pneus, também são afetados, com redução da vida útil e comprometimento da estabilidade do veículo, especialmente em curvas ou frenagens bruscas.

A manutenção preventiva é apontada como a principal forma de evitar o desalinhamento. O alinhamento da direção e o balanceamento das rodas são procedimentos acessíveis e eficazes para preservar o sistema de suspensão. Além disso, manter a pressão correta dos pneus e realizar a substituição no momento adequado contribui para evitar danos.

Motoristas ignoram volante torto e colocam vidas em risco

Caretta destaca que, em alguns casos, o problema pode ser resolvido com uma simples calibragem dos pneus. Em outros, é necessário buscar avaliação profissional. “Às vezes, basta calibrar corretamente os pneus. Em outros casos, é necessário buscar a avaliação de um profissional. Quanto antes a causa for identificada, melhor”, conclui.

A recomendação é clara: ao perceber qualquer sinal de desalinhamento, o motorista deve procurar assistência técnica. A negligência pode transformar uma falha simples em prejuízos elevados, comprometendo não apenas o conforto, mas também a segurança da condução.