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Motoristas enfrentam incertezas com novas regras da Uber

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Motoristas brasileiros que atuam nas categorias Comfort e Black da Uber precisarão se adequar a novas exigências da plataforma a partir de 2026. As mudanças envolvem critérios mais rigorosos quanto ao ano e modelo dos veículos, avaliação mínima dos condutores e número de viagens realizadas. A medida, que será aplicada em todo o território nacional, foi definida pela empresa com base em pesquisas com usuários e análises do mercado automotivo, visando atender às preferências dos passageiros.

Plataforma define critérios mais rígidos para Comfort e Black com base em pesquisas e análises de mercado

“A flexibilidade, embora atraente, muitas vezes vem acompanhada da ausência de benefícios formais, estabilidade e proteção previdenciária. Por isso, a expansão das plataformas digitais precisa ser acompanhada de políticas públicas e regulamentações que garantam equilíbrio entre inovação, geração de renda e proteção ao trabalhador”, afirma Luiz Gustavo Neves, co-fundador e CEO da fintech GigU. A declaração reflete preocupações sobre o impacto financeiro das novas regras, especialmente entre motoristas que investiram recentemente em veículos para atuar nas categorias premium.

No Uber Black, os veículos deverão atender a critérios específicos de fabricação e cor. Além disso, os motoristas precisarão manter nota mínima de 4,85 estrelas e ter realizado ao menos 100 corridas. Modelos como Renault Kardian, Citroën Basalt, Chery Tiggo 3X e Hyundai Kona Hybrid deixarão de ser aceitos. Já no Uber Comfort, o ano mínimo de fabricação será ajustado conforme o modelo, e o Renault Logan será totalmente removido da categoria em meados de 2026.

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Especialistas em mobilidade urbana apontam que atualizações periódicas nas categorias superiores são práticas comuns no setor. No entanto, destacam que a transparência e o tempo de adaptação são essenciais para evitar prejuízos e preservar a confiança dos motoristas na plataforma. A exigência por veículos mais novos reflete a busca por maior segurança e qualidade na experiência dos passageiros, mas também impõe desafios à sustentabilidade financeira dos profissionais.

Segundo levantamento do GigU, motoristas que atuam intensivamente nas categorias premium apresentam receita anual entre R$ 77 mil e R$ 103 mil, considerando jornadas de 50 a 60 horas semanais. Após dedução de custos operacionais como combustível, manutenção, seguro e impostos, o lucro líquido estimado varia de R$ 28 mil a R$ 51 mil, dependendo da cidade. Esses dados indicam que, mesmo com ganhos elevados, a margem real permanece limitada.

Motoristas enfrentam incertezas com novas regras da Uber

O modelo de categorias premium tende a ser mais vantajoso para motoristas com alta carga horária, mas exige planejamento financeiro diante das novas exigências. O desafio está em equilibrar a experiência oferecida aos passageiros com a viabilidade econômica dos condutores, garantindo que a profissionalização do serviço não se torne um obstáculo para quem depende da atividade como principal fonte de renda.

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