Connect with us

Outros

Lançado hoje, em Curitiba, livro que radiografa o trânsito brasileiro

Published

on

A obra é uma verdadeira radiografia de um setor que tem preocupado toda a sociedade pela gravidade dos seus impactos sociais e econômicos
Texto e Imagem: Imprensa Volvo

O lançamento será a partir das 19 horas, na Capela Santa Maria Espaço Cultural, na Rua Conselheiro Laurindo, 273, no Centro. Patrocinado pela Volvo, por meio da Lei Rouanet, o livro foge ao formato tradicional de análises de assuntos do gênero baseadas em soluções monótonas de números e gráficos: estudioso do tema, tanto no Brasil como em outros países, Corrêa construiu, com um texto ágil e leve, o mais minucioso registro do segmento dos últimos anos, escrevendo uma coleção de 20 temas relacionados ao trânsito. Os assuntos são dissecados individualmente, mas se interconectam e mostram como o trânsito requer uma compreensão sistêmica.

“Este livro é uma tentativa de registrar para a história o que aconteceu no Brasil no passado mais recente na segurança do trânsito. As futuras gerações devem conhecer o imenso esforço dispendido para salvar tantas vidas. Nós, da Volvo, nos orgulhamos de termos participado desta longa marcha pela mobilização por um trânsito mais seguro e mais humano no País”, afirma Carlos Morassutti, diretor de RH a Assuntos Corporativos da Volvo do Brasil.

J. Pedro examina, com apuro de jornalista especializado e a experiência vivida no Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), do qual foi idealizador, elementos cruciais nesta área: desde a educação de trânsito e a inspeção veicular, passando pela participação do setor privado na fiscalização eletrônica e a engenharia de tráfego, até a responsabilidade nas propagandas de bebidas alcoólicas e as dificuldades que municípios pequenos enfrentam para aderir ao Sistema Nacional de Trânsito. “O Brasil precisa de uma cultura de segurança no trânsito. Cumprir normas pode ser considerado o bastante, mas não é o suficiente”, diz o autor.

Advertisement

O despertar da sociedade

Embora o volume de assuntos analisados seja grande e o livro reúna também 26 entrevistas com personalidades ligadas à área sobre temas diversos do cotidiano das ruas, Corrêa é bastante objetivo ao ser perguntado sobre qual o ponto mais importante do período analisado: “Foi o despertar da sociedade brasileira para o tema da violência das nossas ruas e estradas. Isso é essencial para a tomada de posição sobre a gravidade do problema no País”, diz o especialista.

O surgimento desta consciência é fundamental para sustentar um planejamento estratégico de combate a este cenário dramático: o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito do mundo, de acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado mês passado. A pesquisa, considerada o maior estudo sobre o impacto dos desastres automobilísticos para a saúde, revela que em número de mortes provocadas por acidentes o Brasil só perde para Índia, China, Estados Unidos e Rússia. De acordo com a investigação da OMS, mais de 35 mil pessoas morreram no país em 2007 vítimas de acidentes no trânsito. O número não engloba os mutilados.

Outros estudos mostram que os prejuízos com todos os acidentes nas estradas brasileiras
chegam a R$ 22 bilhões anuais, dos quais R$ 7,3 bilhões somente com caminhões. “Esse montante é dez vezes maior que todo o prejuízo que o País tem com roubo de cargas”, lembra o jornalista.

Cinto e sinalização

Ele observa que, no período pesquisado, houve uma série de avanços, como a chegada do Código de Trânsito Brasileiro em 1998. “Foi o fato individual mais importante ocorrido nestas duas décadas, pois serviu para ‘sacudir’ a sociedade, principalmente em razão dos altos valores das multas de infração”, ressalta. Outra questão foi a utilização do cinto de segurança, que atingiu níveis próximos de 90% em algumas cidades, e a bem-sucedida sinalização eletrônica para o controle do excesso de velocidade.

No lado negativo, o pesquisador lembra o caso da engenharia de tráfego em cidades de porte médio e grande. Estes centros urbanos não conseguem barrar seu crescimento desordenado e, menos ainda, a relação entre fluxo de tráfego e segurança dos usuários. “Além disso, as universidades não conseguem suprir a oferta de engenheiros qualificados para o setor”, destaca Corrêa.

Advertisement

Com capa dura e um belo projeto visual, o livro tem fotografias do experiente fotógrafo curitibano Sérgio Sade e ilustrações de Juan Enrique Frias Justiniano.