A emoção está de volta?
Excelente corrida na Austrália foi resultado de chuva e não regras
Texto: Edmur Hashitani
Foto: Virgin Racing
Foto: Virgin Racing
A Fórmula 1 voltou, finalmente, a apresentar uma verdadeira prova de corrida. Recheada de disputas e alternativas, a etapa australiana foi infinitamente superior à abertura do campeonato, em Sakhir.
Mas, a ressalva que eu fiz na semana passada continua valendo. Uma prova é muito, muito pouco para se avaliar o que podemos esperar desta temporada. Até porque, o placar está empatado em um a um, entre corridas boas e enfadonhas.
Também devemos lembrar sempre de que a corrida foi disputada em condições totalmente adversas, com muita chuva caindo no circuito de Albert Park, o que altera o cenário, fazendo com que equipes revejam suas estratégias e alterando o comportamento, não só dos carros, mas também dos pilotos.
Isso sem contar que houve uma pequena confusão logo na largada, jogando três pilotos com carros rápidos para o fim do pelotão e os forçando a buscar ultrapassagens. Aliás, não apenas três bons pilotos, mas sim três campeões mundiais. Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Michael Schumacher tiveram problemas na primeira curva.
O traçado, como já disse anteriormente, também ajuda. A falta do dedo de Tilke já nos faz esperar corridas tecnicamente melhores que suas pistas de ferrorama. A cada pista nova que se passa, o alemão se torna cada vez mais o inimigo número um dos apreciadores de boas corridas.
Mas, o que importa é que a prova da Austrália nos permite ter alguma esperança para o resto do ano. Na Malásia, por exemplo, pode-se ver se as regras que visavam o aumento da competitividade surtirão algum efeito. É verdade que o traçado é tilkiano, mas é menos travado que os trabalhos mais atuais do arquiteto, então se as regras realmente funcionam, Kuala Lumpur será um bom lugar para demonstrar isso.
Outro ponto a se destacar no GP australiano é o bom desempenho da McLaren. A equipe inglesa, que parecia atrás das suas concorrentes na pré-temporada, foi consistente com Button e veloz com Hamilton. Este último, no entanto, ficou preso atrás de um Fernando Alonso quase sem pneus e perdeu a chance de brigar pela vitória.
Sem ter de brigar com seu companheiro de equipe mais badalado, Button ganhou a vitória de presente, quando o dominante Vettel escapou sozinho, alegando problemas nos freios. O inglês do carro 1 enche seu parceiro de pressão, quase que obrigando-o a mostrar que ele é o brilhante piloto que venceu o mundial de 2008 ou ainda o imaturo que perdeu o de 2007.
Já a Red Bull, claramente dona do carro mais rápido do ano, terá que resolver seu problema de confiabilidade o mais cedo possível, ou Vettel novamente perderá a chance de disputar um título.
Publicar comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.