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Alpha Notícias: Inércia e falta de estatísticas agravam o quadro de acidentes
Eliel Fernandes *
Quando o assunto é acidente de trânsito, depois de muitas consultas, não encontramos dados estatísticos que agrupem, de forma organizada, informações relacionadas à natureza, causa, localização geográfica, datas, horários, condutores e veículos no território brasileiro.
Os dados são controversos. A seguradora Líder, responsável pela gestão do seguro obrigatório (DPVAT), divulgou que foram indenizados 60.752 segurados em 2012. Já o Ministério da Saúde divulga um número muito menor de eventos, pois não existe relação entre as informações.
A Resolução da ONU no 02 de 2009, denominada “Década de Ação pela Segurança no Trânsito – 2011-2020” prevê na descrição a redução de 50% dos eventos de acidentes no período determinado. O Brasil está muito lento em suas ações e dificilmente alcançará este objetivo.
O seguro DPVAT, Multas e o Automobilismo, por determinação legal, disponibilizam parte dos seus recursos ao governo, criando um fundo milionário disponível para a prevenção e diminuição dos acidentes.
Inexplicavelmente, a sua utilização resume-se na criação de programas e espaços para treinamentos poucos divulgados e ações isoladas, que surtem efeitos apenas no momento em que acontecem.
Tomemos como exemplo a campanha do Carnaval de 2013, que ocorreu em Salvador, Recife, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, entre os dias 3 e 9 de fevereiro, com o slogan “A culpa não morre nunca”. O resultado foi a redução de 25% das vítimas fatais (2012 = 2051 mortos e 2013 = 1997 mortos) e 15,7% dos feridos (2012 = 1303 e 2013 = 1098 feridos).
O sucesso deste programa deve-se à bem sucedida Lei Seca. Foram fiscalizados milhares de motoristas e aplicadas muitas multas. Esta lei, além de trazer resultados no controle de acidentes, aumenta ainda mais a arrecadação. “O caos é um campo fértil para as oportunidades”.
As seguradoras pagam cada vez mais indenizações relacionadas a acidentes em transportes e guardam para si as informações dos sinistros. A gerenciadoras, por sua vez, organizam programas de prevenção com treinamentos relacionados às telemetrias disponíveis nas tecnologias embarcadas, mas não encontram interessados na sua aplicação.
A situação é crítica e todos reconhecem o problema, mas pouco se faz. Configura-se uma legião de complacentes com a questão em direção ao abismo.
Precisamos mudar este quadro para que a definição de acidente fique restrita às causas de forças externas, alheias e inesperadas, depois de ter sido feito tudo que era possível para evitá-lo.
* Eliel Fernandes é sócio e diretor comercial da Buonny Projetos e Serviços de Riscos Securitários
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