Chat Perkons discutiu Década de Ações para Segurança no Trânsito no Dia Mundial da Saúde
Os acidentes de trânsito são problema de saúde pública. Esse foi um dos comentários durante mais uma edição do projeto da Perkons que reúne especialistas e interessados em um chat de 45 minutos para debater temas relativos à segurança e gestão do trânsito. Discutindo a Década de Ações para Segurança no Trânsito, campanha proposta pela Organização das Nações Unidas, o chat mobilizou jornalistas, especialistas e profissionais do setor no último dia 7.
Para debater o assunto, a Perkons convidou Diza Gonzaga, autora do livro “Thiago Gonzaga – Histórias de uma Vida Urgente”, responsável pela campanha VIDA URGENTE e a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga; o deputado Hugo Leal, advogado e vice-presidente da Comissão de Viação e Transportes e presidente da subcomissão de revisão do Código de Trânsito Brasileiro e Rudel Espíndola – engenheiro, mestre e doutor em engenharia de transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) de Campo Grande (MS).
O evento, realizado na data escolhida como o Dia Mundial da Saúde, alertou para o fato de o trânsito, além de ser uma questão que diz respeito aos órgãos de segurança, também concerne à saúde pública. Segundo Diza Gonzaga, umas das especialistas participantes do chat, mais de 70% dos hospitais são ocupados por acidentados do trânsito: “Nós, da Fundação Thiago Gonzaga, acreditamos que, para mudarmos essa carnificina que é o trânsito brasileiro, é preciso investir pesado em educação, porque o que mata no trânsito não é só o desconhecimento da sinalização, é o comportamento”, afirma.
Na discussão, os participantes abordaram a necessidade da renovação do Código Penal, que permanece há 40 anos, a falta de estatísticas que representem a realidade e políticas efetivas de educação – como propõe a ONU para a Década de Segurança no Trânsito.
Um consenso entre os especialistas foi que o Brasil, 5º no ranking dos países com mais mortes no trânsito, ainda faz muito pouco para solucionar de vez essa verdadeira tragédia que só é lembrada nos balanços da Polícia Rodoviária pós feriados ou quando um episódio escandaloso acontece.
Na oportunidade, o diretor presidente da Agetran de Campo Grande, Rudel Espíndola, colaborou com sua visão interna de um órgão responsável pelo trânsito: “Precisamos levar avante a aplicação dos recursos da área; sinto que os recursos das multas não têm sido aplicados com regularidade e transparência pelos órgãos gestores; além disso, vez ou outra, quando acontece um acidente que a mídia venha cobrir, a pressão no órgão de fiscalização é enorme, mas quase nunca vemos punição”, afirmou.
REFORÇO DOS “3Es”
Para o deputado Hugo Leal, é preciso um esforço concentrado nos três setores, mas principalmente, na questão da punição às leis: “Só cobrar das autoridades não tem resolvido. Por isso, em meu relatório que estou finalizando para a instituição de um Plano Nacional para a Redução de Mortes e Lesões no Trânsito estou incluindo a penalização pecuniária. De nada adianta novas normas se a sua eficiente e justa aplicação não for seguida nos estados. É mais ou menos o caso da Lei Seca”, disse.
Sobre a década de ações para a segurança no trânsito: A cada ano, cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem por acidentes de trânsito no mundo inteiro. Preocupados com as estatísticas, um grupo mobilizou comunidades inteiras em prol do desenvolvimento de políticas efetivas e medidas mais austeras. A comoção deu certo o assunto virou pauta da ONU. Dentre as medidas tomadas pela Organização das Nações Unidas, está a Década de Ações para a Segurança no Trânsito, definida para os próximos dês anos (2011 – 2020).
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