Texto: Assessoria de Imprensa
Nunca a indústria automobilística esteve tão aquecida. A economia estável, a grande oferta e facilidade de compra de novos veículos, com financiamentos a perder de vista, são os principais fatores que impulsionam o mercado. A disponibilidade de marcas estrangeiras amplia ainda mais o leque de opções para o brasileiro, que vai às compras pensando mais no modelo desejado do que no que vem depois da aquisição. Ou seja, a maioria dos consumidores está empolgada e otimista.
Diante desse cenário, a Anfape –Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças– se preocupa em alertar sobre fatores importantes que precisam ser observados no momento da aquisição de um automóvel. “Grande parte dos consumidores brasileiros não se atenta aos princípios fundamentais para fechar o negócio de um veículo novo ou usado. Eles levam em conta o valor do carro, as condições de pagamento da dívida e, em alguns casos, verificam o preço do seguro. Mas quase nunca prestam atenção no quanto vão gastar com a manutenção e deixam de calcular o real custoXbenefício da compra”, diz Renato Fonseca, presidente da Anfape.
Segundo o executivo, os consumidores acabam esquecendo de se atentar para a questão do conserto porque simplesmente não pensam que os acidentes podem acontecer, e representam um risco para todos os motoristas. “A maioria das pessoas realmente não pensa que um dia poderá precisar trocar o capô, o para-choque ou o retrovisor do veículo, por exemplo. Isso porque há um otimismo demasiado que as impedem de enxergar os riscos reais que a compra acarreta”, explica Fonseca.
Há quem diga que se atenta para a manutenção, porque escolhe as melhores garantias, mas a verdade é que essas condições não contemplam o tempo de uso do veículo (que pode variar, mas se observa que muitas pessoas trocam de carro a cada cinco anos ou mais). Boa parte das garantias oferecidas considera um prazo mínimo, no qual, provavelmente, o carro não apresentará danos. E mesmo aquelas garantias estendidas, que chegam a cinco anos, conforme se tem visto em propagandas, precisam ser bem avaliadas, pois não incluem inúmeras peças e serviços, acarretando em dores de cabeça para o proprietário do veículo. Por isso, é muito importante verificar o preço da mão de obra e dos itens para o conserto dentro e fora da garantia, bem como a disponibilidade das peças do modelo do automóvel.
“Vivemos um momento de desgaste no mercado automotivo por conta do desabastecimento. Cada vez fica mais difícil encontrar peças de reposição, incluindo lataria e componentes visuais, como para-choques, para-lamas, retrovisores, lanternas, faróis, entre outros”, conta Fonseca. O executivo destaca que o mercado de reposição independente consegue ainda minimizar os problemas do desabastecimento, mas algumas montadoras como Fiat, Ford e Volkswagen querem impedir a livre concorrência no setor e, por consequência, gerar ainda mais transtornos aos consumidores.
Diante disso, como ficará a tranquilidade de quem compra um veículo novo? Fonseca adverte que o consumidor precisa se conscientizar e avaliar o custo da manutenção com cautela na hora da aquisição. “É imprescindível verificar se o modelo conta com disponibilidade de peças de reposição no mercado, e a que custo, para evitar surpresas desagradáveis depois, como, por exemplo, ficar um mês com o carro parado esperando uma peça”, orienta. Feito isso, aí sim, pode-se ficar otimista com a compra.
Sobre a Anfapewww.anfape.org.br
A Anfape – Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças surgiu com o intuito de representar e fortalecer o setor de reposição independente de autopeças no Brasil. Desde a sua constituição, em 2007, a entidade vem batalhando para reverter uma ação de grandes montadoras de automóveis. Essas estão registrando os componentes visuais de seus veículos (capôs, para-lamas, para-choques, faróis, retrovisores etc.) como desenhos industriais com o propósito de inibir a atuação dos independentes no segmento de reposição, o que se dá por meio da proibição da produção e da comercialização das peças. No início de 2007, a Anfape apresentou uma representação junto ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência) denunciando a conduta das montadoras Fiat, Ford e Volkswagen. Tal iniciativa teve como objetivo buscar a garantia do direito das empresas do mercado independente de autopeças de produzirem e comercializarem itens visuais dos veículos. A Associação considera que as montadoras estão utilizando seus registros de desenhos industriais das peças automotivas de forma abusiva, o que configura uma conduta infringente à ordem econômica brasileira. O problema é tão grave que o CADE determinou a abertura de investigação contra Fiat, Ford e Volkswagen.