Alpha Notícias: Associação reivindica metas de eficiência energética para veículos híbridos e elétricos
Modelos com essas características foram pouco considerados no Inovar-Auto
Para a ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico, os os veículos híbridos e elétricos foram pouco considerados no cumprimento de metas de eficiência energética por parte montadoras e importadoras que se habilitaram ao Inovar-Auto. Várias tecnologias de motores à combustão, de eletrônica embarcada, redução de coeficiente aerodinâmico, pneus verdes, entre outros, ganharam avanços significativos.
A opinião é de Ricardo Guggisberg, presidente da associação, ao falar sobre o atual quadro de desenvolvimento do mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos, também sobre a 1ª edição do Movimento Paulistano do Veículo Híbrido e Elétrico, que acontece no dia 27 de agosto próximo – do Paraíso ao Estádio do Pacaembu e sobre a 12ª edição do Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos, Novas Tecnologias e Componentes, que será realizada entre os dias 1º e 3 de setembro, no Pavilhão Amarelo, do Expo Center Norte.
“Entendo que as montadoras que se habilitaram ao Inovar-Auto, em sua maioria, vão conseguir reduzir o consumo energético compulsório de seus produtos, de 12,08%, o que proporciona crédito presumido de até 30 pontos percentuais do IPI, por meio de introdução de novas tecnologias como downsizing de motores, turboalimentadores, redução de coeficientes aerodinâmicos, injeção direta, start-stop, cilinder desativation, redução de peso, pneus verdes, entre tantas outras. Mas também a indústria não deveria deixar de lado os veículos híbridos e elétricos”, analisa Guggisberg, para quem o Brasil está se distanciando da tendência dos principais polos produtivos e mercados automotivos internacionais.
O presidente da ABVE reconhece a atual predominância dos motores à combustão, hoje responsáveis – no mundo – por cerca de 95% dos veículos comercializados. Apenas 5% são híbridos ou elétricos. No Brasil, em 2015, foram emplacados 846 veículos híbridos e elétricos, o que significa 0,00042% dos 2.017.639 automóveis licenciados. “Esses dados mostram claramente como os híbridos e elétricos podem contribuir com as metas adicionais de 15,46% e 18,84% em eficiência energética do Inovar-Auto, que proporcionam créditos presumidos de mais 1 e 2 pontos percentuais no IPI, sem agredir a participação dos motores à combustão, mas de grande valia à sociedade e ao meio ambiente”, enfatiza Ricardo Guggisberg.
Entraves e avanços
Em 10 anos de atuação, os principais entraves enfrentados pela ABVE e os carros elétricos são a alta carga tributária, alto preço das baterias, dependência por infraestrutura de eletropostos, falta de padronização de plugs, falta de políticas públicas que estimulem a venda, regulação da cobrança de energia elétrica e redução de IPI para modelos localizados no País em regime de SKD (Semi Knock Down) e CKD (Completed Knock Down).
De outra parte, o setor de VHEs já conseguiu alguns avanços como o incentivo dos BNDES na redução de taxas de juros e ampliação do prazo de pagamento na compra de ônibus híbridos e elétricos, isenção do IPVA em sete estados (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe), redução parcial no IPVA em três estados (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro), imposto de importação foi zerado ou reduzido de 35% para 0%-7%, dependendo da eficiência energética para veículos elétricos puros, híbridos plug-in e células de combustível, isenção do rodízio na cidade de São Paulo e instalação do primeiro eletroposto em rodovias, uma parceria da CPFL e a Rede Graal, intermediada pela ABVE.
Diante desses dois cenários – entraves e avanços –, a ABVE mantém seus pleitos de regulação da venda do combustível energia elétrica, redução do IPI, aprovação de infraestrutura para recarga de veículos elétricos, padronização de plugs e equiparação do imposto de importação concedido aos veículos elétricos para motocicletas, scooters, bicicletas e componentes.